“Graças à vida que me deu tanto/me deu o som do alfabeto/e com ele as palavras que eu penso e declaro” – Violeta Parra
Luiz Claudio Romanelli
Os últimos 50 dias não têm sido fáceis. Estamos vivendo uma crise mundial na saúde sem precedentes. Todos os dias nos deparamos com notícias tristes e com o crescente número de casos de covid-19. Não são estatísticas, são vidas ceifadas da nossa convivência, são pessoas que amamos, vítimas de um vírus que compromete um já precário sistema público saúde na maioria dos países do mundo, não só no Brasil.
Por conta disso, algumas medidas administrativas foram tomadas pelos agentes públicos para evitar ou pelo menos mitigar os efeitos do coronavírus. No Paraná não foi diferente.
Aprovamos uma série de ações importantes nas áreas de saúde e assistência, nos campos social e econômico, e estamos conseguindo, dentro de todas as possibilidades, manter sob duro esforço de todos o controle da propagação da pandemia. É claro que estamos perdendo vidas, o que nos deixa muito consternados, mas no meio dessa balbúrdia toda, somos referência para outros estados e países. Mesmo assim não podemos perder os preceitos básicos de salvar vidas e acreditar na ciência que vai apurar o medicamento, a vacina e a cura contra o vírus que assola e fustiga o planeta.
Na Assembleia Legislativa, por exemplo, estamos nos desdobrando para votar todas as leis necessárias. Já aprovamos 23 leis que dizem respeito diretamente à pandemia. Leis importantes como a que torna obrigatória o uso e máscara em todo estado e a criação do programa Comida Boa, auxílio de R$ 50 por três meses que começa a ser distribuído nas cidades. Um dinheiro que saiu do fundo estadual de combate à pobreza e junto com o auxílio federal de R$ 600 vão ajudar as famílias que mais precisam do apoio do Estado. Reconhecemos a calamidade pública em 241 municípios paranaenses, uma das condições para que as prefeituras possam garantir e ampliar as estruturas de saúde e de assistência social no combate ao coronavírus.
Também estamos contribuindo para difusão das informações sobre higiene necessárias para evitar a contaminação do novo coronavírus: lavar as mãos com frequência, usar álcool em gel e máscara facial em qualquer ambiente fora de casa, manter o distanciamento e o isolamento necessários. Todas essas ações têm impactado às pessoas e empresas, mas são as mais básicas para preservar as nossas vidas, o patrimônio mais precioso da humanidade.
Apesar desses tempos que considero obscuros, temos que destacar como grande parte do brasileiros enfrenta esses dias tenebrosos pelos quais estamos passando. É uma soma de esforços que impressiona o mundo. Não bastam apenas os auxílios e a ampliação de políticas públicas, recebemos também apoios importantes, que nos fortalece, e que vão desde dedicação e doações de voluntários em apoio às famílias até o altruísmo ainda pouco conhecido por alguns.
Merecem a nossa maior consideração, os verdadeiros heróis da nação, os profissionais de saúde. São médicos, enfermeiros, assistentes, fisioterapeutas, recepcionistas – trabalhadores empenhados, engajados e comprometidos com a população. Em qualquer dia ou hora, estão a postos para garantir o atendimento aos pacientes, suspeitos ou contaminados, que chegam aos hospitais e unidades de saúde.
Este é o perfil da maioria dos brasileiros que traz como sentido da vida, a solidariedade, a compaixão, a tolerância e o comprometimento. Assim que é feito o Brasil. Somos atentos aos mais necessitados, vamos às ruas para defender a democracia e a liberdade de expressão, confortamos os mais próximos, distribuímos alimentos aos que mais precisam, levamos o companheirismo, compreensão e pertencimento, principalmente aos excluídos. Mesmo sem poder abraçar ou até mesmo tocar as mãos – somos carinhosos até por demais, dizia minha mãe -, reforçamos durante a pandemia, que as ações sempre valem muito mais que as palavras.
São ações que minimizam a fome, a saudade, a distância e criam laços de fraternidade, amor e esperança.
Luiz Claudio Romanelli, advogado e especialista em gestão urbana, é deputado estadual e vice-presidente do PSB do Paraná.
Em tempo: os espertalhões e os vendilhões de templos, que aproveitam a pandemia e o desespero de muitos, para roubar e achacar. Esses merecem e vamos puni-los com o rigor da lei, execrando-os na opinião pública e das nossas vidas.
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