Moradores de uma ocupação irregular no bairro Cohapar II, em Guaratuba, denunciaram que “jagunços”, ou “capangas”, derrubaram duas casas no início da tarde desta segunda-feira (15), sem terem ordem da justiça. À noite, outras duas casas foram incendiadas.
Segundo eles, a Polícia Militar foi chamada para impedir a ação, mas só apareceu depois que o proprietário solicitou “reforço”.
A demolição
No início da noite, cerca de 20 moradores da rua Engenheiro Beltrão, estiveram na Câmara de Vereadores para denunciar a violência e suposta ação ilegal. Eles chegaram no exato instante em que a sessão estava começando e foram embora antes que ela acabasse, depois de conversarem com a reportagem do Correio do Litoral.com e repassarem imagens do ocorrido.
Segundo Adriane Pegorari, vice-presidente da Associação de Moradores do Cohapar II”, por volta das 13h, os “jagunços” chegaram armados de facões, revólveres e pistolas e fizeram a demolição de duas casas. Cercados pelos moradores, eles chegaram a apontar as armas e fazerem ameaças, conta. De acordo com ela, os moradores chamaram a Polícia Militar, mas os policiais chegaram acompanhados do dono e “nada fizeram” apesar de terem visto que havia pessoas armadas.
Os “capangas” foram embora mas ameaçaram voltar “para terminar o serviço”. À meia-noite e 40 minutos, um dos moradores telefonou para o Correio do Litoral.com para dizer que uma casa estava pegando fogo. na manhã desta terça-feira ele contou que nas duas havia pessoas dormindo. Os ocupantes das casas acordaram assustadas e pediram ajuda dos vizinhos. Um dos incêndios foi contido, mas a outra casa foi completamente queimada, informa o morador. Ninguém viu que provocou os incêndios.
Sem negociação
Segundo os posseiros, os imóveis tem vários proprietários, mas um deles alega que tem 60 terrenos no local. Alguns deles já tentaram negociar com os donos.
As casas demolidas eram ocupadas pelas famílias de William Sadi e Ricardo da Conceição. O primeiro conta que morava com a mulher e um filho há um ano e meio no terreno, adquirido há quatro anos.
Segundo ele, a posse existe desde o final da década de 1990. “Uns dois meses atrás eu fui procurar o dono, que mora em Curitiba, na avenida Victor Ferreira do Amaral, no Tarumã, para negociar o terreno. Ele disse que não podia me receber mas que depois me procuraria. Nunca mais soube nada dele até esta tarde”, diz William.
O Correio do Litoral vai procurar o proprietário dos terrenos, a Polícia Militar e mais outras fontes. Leia mais informações em breve.
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