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Posse de Dilma: Lula teve passagem discreta pela cerimônia

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da Folha de S.Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve passagem meteórica na cerimônia de posse do segundo mandato de Dilma Rousseff, sua afilhada política.

Não compareceu à cerimônia no Congresso, embora houvesse uma cadeira para ele e para sua mulher, Marisa Letícia, na primeira fila do plenário da Câmara, ao lado do lugar do também ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Por um equívoco, Dilma chegou a anunciar sua presença durante o discurso, mas ele já estava no Planalto.

Sem a mulher, Lula esperou numa sala da Presidência até que a petista concluísse o trajeto da Câmara até o Palácio do Planalto. Circulou entre convidados, cumprimentou Dilma ao lado dos governadores Fernando Pimentel (PT-MG) e Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), assistiu ao discurso e foi embora antes da posse dos ministros.

Segundo interlocutores, o ex-presidente está contrariado com a configuração final da Esplanada. Não é o único no partido. Os ministros Gilberto Kassab (PSD), George Hilton (PRB) e Manoel Dias (PDT) foram sutilmente vaiados quando anunciados. Já petistas foram fervorosamente aplaudidos.

A presença da presidente da Petrobras, Graça Foster, também foi objeto de comentários entre os presentes. Sob pressão devido à crise na estatal, por causa de revelações de corrupção da Operação Lava Jato, empresários comentaram que ela deveria ser mais assertiva em sua defesa.

Amiga de Dilma, a ex-chefe da Casa Civil Erenice Guerra teve aparição discreta.

Usando um vestido verde, o mesmo que usara cinco anos atrás na posse da Confederação Nacional de Agricultura, a ministra Kátia Abreu (Agricultura) pediu ajuda ao futuro ministro da Articulação, Pepe Vargas, para lidar com o PT –especialmente com Patrus Ananias.

A ida de Patrus para o Desenvolvimento Agrário sinalizou um aceno à esquerda petista irritada com a ida da senadora ruralista para a Agricultura. “O Patrus é conciliador”, respondeu Pepe.

O novo ministro da Defesa, Jaques Wagner, minimizou a tese de que “desaparecerá” no novo cargo. “Fui ministro da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social e acabei eleito governador [da Bahia]. Além de tudo, participarei do conselho do governo”.

O futuro ministro da Cultura, Juca Ferreira, recusou-se a comentar as críticas da antecessora Marta Suplicy. Mas o PMDB já está de olho nela para concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2016. “No partido, todo mundo concorda que ela seria muito bem-vinda”, diz o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).