Ademar Traiano
O Brasil assistiu nesta quarta-feira (4) o que foi, provavelmente, o mais importante julgamento deste Século. A derrubada de um pedido de habeas corpus para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Um simples pedido de habeas corpus que poderia deixar Lula livre apesar de já condenado em duas instâncias e até, na pior das hipóteses, mantê-lo candidato a presidente, apesar de suas culpas, evidentes e fartamente provadas, em dois julgamentos. Um deles em órgão colegiado.
A decisão do STF foi uma resposta à altura do clamor por Justiça que se fazia ouvir por todo o Brasil. Foi um sinal inequívoco de que o Judiciário pode alcançar figuras que o PT e o próprio Lula consideram divinais, diferenciadas, acima do bem e do mal.
Com essa decisão, Lula, até aqui um dos mais importantes cidadãos da República, está a um passo do Complexo Médico Penal de Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Um destino inimaginável para uma criatura que, até há pouco, prodigalizava disparates que revelavam um narcisismo sobrenatural.
“De vez em quando, eu fico pensando que as pessoas tinham de ler mais a Bíblia para não usar tanto meu nome em vão”, disse, sem corar, Lula em depoimento ao juiz Sérgio Moro em 2017. Na declaração sugeria uma relação muito próxima, quem sabe até uma identificação absoluta, entre ele mesmo e Deus.
Para que Lula caísse de tais alturas imaginárias direto para as antessalas dos presídios – do céu para o inferno – foi fundamental, no STF, o papel de duas mulheres extremamente competentes e corajosas. Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, que demonstrou firmeza ao conduzir, em meio as maiores pressões, um julgamento, por todos os títulos, histórico.
E o de Rosa Weber, a discretíssima ministra, que não dá entrevistas e só fala nos autos, que sobreviveu a inimagináveis pressões para seguir convicções pessoais. Foram dessas duas mulheres de valor que os brasileiros de bem recebem os exemplos mais inspiradores.
É dessas mulheres, desses brasileiros, que foram às ruas pedir e lutar por Justiça que pode emergir o Brasil que queremos.
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