Apesar de todas as decepções, o presidente é ainda a melhor opção. Somente ele, na situação, vale como mediador. Por Mino Carta. Em Reportagens ou clique aqui
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POR QUE LULA, SEGUNDO CAPÍTULO
Apesar de todas as decepções, o presidente é ainda a melhor opção. Somente ele, na situação, vale como mediador. Por Mino Carta
A três semanas do segundo turno, CartaCapital confirma sua preferência pela candidatura do presidente Lula. As razões da escolha não mudam, como será provado. Antes algumas considerações, em parte já feitas neste mesmo espaço, a bem de uma definição cristalina.
O governo Lula ficou bastante aquém das esperanças dos eleitores de 2002 e de CartaCapital, e das necessidades do País. Pouco se fez para combater o desequilíbrio social, questão primeira na pauta dos problemas, embora o povo tenha percebido leves progressos, que de fato houve, conforme números recentes do PNAD.
A política econômica ajoelhou-se aos pés do Deus Mercado, submissa aos dogmas neoliberais, e descurou da produção. Nem por isso Lula seduziu porção conspícua dos ricos nativos. CartaCapital não se cansou de criticar o governo, neste e em inúmeros outros pontos da sua atuação.
O PT no poder, depois de ter desfraldado seu comportamento ético por mais de duas décadas, portou-se como os que o precederam, às vezes sem a mesma sutileza, a qual é fruto da experiência. A crise incessantemente denunciada pela mídia, a mirar sempre em um único, inescapável alvo, está longe de ter sido a maior do Brasil. Governos anteriores, a começar pelo de Fernando Henrique Cardoso, foram muito mais eficientes no desmando. Contavam, porém, com o encantamento dos jornalistas e dos seus patrões.
O PT pareceu tão hipócrita quanto os demais partidos, além de incompetente na gestão do poder e das suas próprias conveniências, e navegou entre a trapalhada e o golpe sujo. Ficou claro que um bom número de petistas não estava à altura da tarefa. Traíram idéias, programas, projetos.
Eis um ponto dolorido. Ao cabo do seu mandato, Lula não poderá afirmar ter promovido varões de Plutarco a marechais. E nem mesmo a sargentos, cabos, anspeçadas. Na cidade onde nasci, não seriam escalados para entregar cabritos na véspera de Natal. É quando os ajudantes de açougueiro saem de bicicleta, a carregar os bichos dentro de um cesto, de onde afloram as perninhas amarradas. Fossem certos petistas, enfiariam as bainhas entre os raios das rodas e soçobrariam na sarjeta com seu carregamento.
A conclusão não é animadora. Digamos, porém, que o balanço transcende Lula, é o balanço do Brasil. Não falta quem tape os olhos diante da evidência, o povo inclusive, a se satisfazer com o gol do seu time. Basta, contudo, atentar para o pífio crescimento do País, que se repete há mais de duas décadas, para entender a gravidade da situação. Esta é, de fato, a crise.
Os donos do poder sempre apostaram na resignação do povo, que chamavam de cordialidade. Mas no abismo a separar ricos de pobres, onde já medram a violência urbana, a guerra do tráfico, o PCC, a fúria que mata mais de 50 mil brasileiros a cada ano, a raiva armazenada centenas de anos a fio tem todas as condições de explodir, algum dia, de uma hora para outra.
CartaCapital sustenta há tempo: neste Brasil a risco, por razões que todos conhecemos, embora tantos finjam ignorá-las, neste Brasil de desigualdades insuportáveis, Lula é, nas circunstâncias, o mais qualificado mediador entre a minoria abastada, ou quase, e a maioria estacionada entre a pobreza e a miséria absoluta.
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Eu votoem Lula porque amo o pais,e nosso povo
Eu voto em Lula pois certamente é um dos politicos mais honestos de toda república,é democrático,popular e tem sua história a história de luta de cada cidadão excluido e lutador
e aí gordinho filho da puta. tava com saudades? voltei. a tua mâe nao me deixa sair ainda de me chupar todo, até os ovos. manda beijos e pede pra que vc compre gás, porque acabou.
abraços gordinho filho da puta. de mim e da mamae
Olha só, acabei de descobrir quem é que assina “amigo do zazza”. Trata-se de um filho da puta que tem uma coluna que ninguém lê num jornal que não tem mais de três mil exemplares e que só é conhecido no Centro Cívico de Curitiba.
Muita expressão este rapaz tem.
Ei, sabem qual é a diferença entre os prefeitos que apóiam Osmar dos que apóiam Requião?
Simples:
Os do Osmar são do PV – prefeitos que pedem voto.
Os do Requião são do PV, prefeitos que pedem verba.
Preconceito contra os mais pobres
Enviado por Rogerio Galindo, 09/10/2006 – 13h57
É comum que fazendeiros votem em candidatos que apresentem programas e planos especialmente destinados à agricultura. Assim como é plenamente compreensível que empresários façam campanha – inclusive doando dinheiro – para aqueles políticos que prometem reduzir a carga tributária e facilitar a exportação de produtos brasileiros, aumentando as possibilidades de desenvolvimento de nossa indústria.
Curioso. Dificilmente alguém vai alegar que os comportamentos descritos acima estão errados. Menos ainda alguém vai se arriscar a dizer que alguém está comprando o voto de alguém. Nossa sociedade é fragmentada e é natural que as pessoas ligadas a um setor tenham interesse em eleger representantes que vão colocar os temas que lhe são caros em evidência.
Apesar disso, está na moda criticar os mais pobres do país por fazer exatamente a mesma coisa. Fala-se que os que têm pouco decidem votar neste ou naquele governante simplesmente porque o tal político criou na sua gestão algum programa social que atendeu os mais carentes. Caso clássico é o do governo Lula, acusado de cooptar os despossuídos dando uma ajuda emergencial para os mais pobres a cada fim de mês.
Mas, prestando atenção, quem não tem muito – ou às vezes tem quase nada – precisa mesmo é de comida e teto. Se o salário ou o dinheiro que se consegue no dia não dá nem mesmo para isso, é papel do governo dar auxílio sim. Afinal de contas, é para isso, entre outras coisas, que existe o Estado. Distribuir renda. E se os mais carentes não têm mais nada o que defender, é perfeitamente aceitável que queiram ver eleitos os políticos que decidiram dar-lhes uma vida mais digna – desde que tudo seja feito dentro da legalidade, obviamente.
Criticar os mais pobres por escolher assim seus candidatos é mero preconceito. Finge-se que eles são os únicos a votar em interesse próprio, quando na verdade quase todos nós fazemos o mesmo. A diferença é que os estudados, os que têm bens a declarar, têm interesses mais elegantes: querem reforma política, exigem a apreciação do câmbio, defendem a mudança dos tributos. Já quem quer comida tem que disfarçar. Não fica bem dizer que está votando em quem diminuiu a sua fome.