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População opta por desvios para driblar praça de pedágio em Cambará

 

O deputado Romanelli (PSB) já recebeu vídeos e fotos em que os moradores de Cambará, Andirá e região optam por usar estradas municipais para driblar a praça de pedágio na BR-369 reativada pela Econorte desde sábado, 1º de junho. “É a forma de protestar que os moradores encontraram contra mais esse abuso, essa roubalheira, que prejudica toda a região do Norte Pioneiro. Não há limite para a sanha avassaladora das concessionárias”, disse Romanelli que vai apresentar nos próximos dias uma ação popular pela suspensão imediata da cobrança das tarifas na praça.

Um dos caminhos alternativos ao pedágio está na Estrada Municipal Água Suja e Casa Nova. Pela própria pela BR-369, no sentido Andirá, na altura do km 28, mais 900 metros, se tem acesso à estrada. Os usuários também mandaram fotos de outras estradas vicinais no percusso de 19 km da rodovia entre as duas cidades (Andirá e Cambará). “A medida justa é fazer apenas o registro de veículos para depois fazer um encontro de contas com a concessionária que faturou quatro vezes mais na praça de pedágio de Jacarezinho, ou seja, os usuários da rodovia já pegaram por esse pedágio e não devem pagar mais nada”, disse Romanelli.

Na matéria desta segunda-feira, 3, na Folha de Londrina, o repórter Fabio Galiotto revela o descontentamento dos moradores que precisam cruzar a rodovia diariamente para trabalhar, estudar ou fazer tratamentos de saúde. “As tarifas de R$ 11,00 para motos, R$ 21,90 para veículos de passeio e de R$ 38,60 para caminhões simples, com R$ 19,30 para cada eixo extra, fez com que muitos buscassem alternativas para evitar a cobrança”, aponta.

Relatos – O jornal registra o protesto da professora Maria de Lourdes Bezerra, de Cambará. “Faço tratamento no Hospital do Câncer regularmente, gasto quase R$ 50 para ir e mais R$ 50 para voltar. É absurdo, revoltante”. E também do caminhoneiro Elcio Correa. “Andei três quilômetros para pagar mais de R$ 50 em uma rodovia que nem mesmo duplicada é. Isso não é pedágio, é assalto. Só no Brasil.”

“Disseram que o trabalhador tem de comprovar o endereço de residência e o local de trabalho, mas não tenho comprovante. Preciso do quê, de uma carta do médico? Revolta, porque se moro aqui eu deveria ter direito de passar”, reclamou a dona de casa Cleusa Braga que pediu informações na praça sobre como conseguir trafegar diariamente, nos 19 km entre Andirá e Cambará, para cuidar da mãe doente.

“São todos relatos de pessoas que dependem da rodovia e que nos causa grande indignação. Não há como concordar com esse pedágio e a população está desviando do pedágio porque não pode arcar com esses custos”, completou Romanelli.