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Policiais do PR dizem que decisão de proibir greve é “equivocada”

da Folha.com, em reportagem de Estelita Hass Carazzai

Representantes dos policiais civis do Paraná criticaram hoje, em entrevista à imprensa, a decisão judicial que proibiu a categoria de entrar em greve no Estado. Para eles, a greve é um direito protegido por lei.

A categoria suspendeu a greve após o Tribunal de Justiça proibir o ato e estabelecer multa diária de R$ 100 mil aos sindicatos da categoria em caso de descumprimento.

“O Tribunal de Justiça criou um estado de exceção para os policiais civis; subtraiu um direito constitucional da categoria”, afirmou o advogado do Sinclapol (Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná), Milton Miró Vernalha Filho.

A categoria reivindica um salário inicial de R$ 5.750 (hoje, o valor é de R$ 2.700). O governador Beto Richa (PSDB) oferece R$ 3.400 de piso, com previsão de aumento para R$ 4.500 em 2014.

Na decisão de ontem, o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Miguel Kfouri Neto, disse que a greve dos policiais, às vésperas do Carnaval, seria “paredista”, “ilegal” e colocaria em risco a ordem e segurança públicas.

“O risco à segurança pública é o que toda a classe policial está denunciando”, rebateu Vernalha Filho. “Há delegados no Estado respondendo por três, quatro, até cinco comarcas. Tem delegacias que têm só um policial civil. [A questão] não é só o salário.”

O advogado afirmou que os policiais irão cumprir a determinação da Justiça, apesar de a considerarem “equivocada”. A decisão de ontem estabeleceu multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento.

O sindicato da categoria ainda pretende recorrer da decisão. Por enquanto, porém, a greve está suspensa.

O governo do Estado prometeu apresentar nova proposta salarial aos policiais até a próxima sexta-feira (24).