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PMDB monta “blocão” para pressionar Dilma

Principal aliado do PT no governo Dilma, o PMDB organiza a criação de um bloco de nove partidos, na Câmara dos Deputados, para criar dificuldades ao governo em votações no Congresso Nacional. Com aval do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o líder peemedebista Eduardo Cunha (RJ) acertou, em um jantar com o comando das bancadas do PP, PSD, PR, PTB, PDT, Pros, PSC e do oposicionista Solidariedade, uma ação conjunta a partir da semana que vem. As siglas somam 283 dos 513 deputados: 55% da Casa. As informações são da Folha de S. Paulo.

A iniciativa surge no lastro da rebelião da bancada de deputados do PMDB deflagrada com a reforma ministerial de Dilma. No início do mês, o partido decidiu não indicar substitutos para as duas pastas que hoje controla (Turismo e Agricultura), após a saída dos ministros para disputar as eleições. Isso porque Dilma ameaçava entregar um dos ministérios a outro partido.

O estopim para o encontro dos deputados –realizado anteontem na casa do deputado Luiz Fernando Faria (PP-MG)– foi a tentativa de votação, momentos antes, de projeto que prevê a ampliação do número de defensores públicos no país.

Os deputados haviam se comprometido com a apreciação da matéria. Mas o governo atuou para evitar que a votação fosse concluída. Após a sessão, os líderes dos nove partidos foram dividir as reclamações no jantar.

A criação de um blocão de governistas insatisfeitos tem potencial para trazer enormes dificuldades para o Planalto, que no ano passado havia, sob o comando de Dilma, acertado um pacto para que não houvesse aprovação de projetos da chamada “pauta bomba”, que aumentam gastos federais. “Ninguém faz blocão para bater palma”, resume o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR).

Entre as propostas mais defendidas pelos insatisfeitos estão a criação de um piso nacional para os agentes comunitários de saúde, que pode abrir brecha para outras categorias, e a proposta de emenda à Constituição que estabelece um piso salarial para policiais e bombeiros.

Os partidos devem se reunir na terça-feira para fechar a estratégia de atuação. “Fui convidado para uma reunião em que o sentimento e decisão é o de fortalecer os nossos partidos na Câmara, para o bem da democracia. Afirmação clara de que os partidos, além do governo, querem também se fortalecer via suas bancadas”, disse Alves à Folha, negando que o intuito seja emparedar Dilma.

Apesar das ressalvas, a decisão da noite de anteontem mostra que o clima continua carregado. Além da reforma ministerial, os partidos que prometem formar o bloco se dizem insatisfeitos com a liberação de verbas para emendas que eles apresentaram ao Orçamento, ponto que também tende a se complicar. No anúncio de corte no Orçamento de 2014, feito ontem, R$ 13 bilhões das chamadas emendas parlamentares foram congeladas.

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