PMDB aposta em racha da oposição
Ivan Santos
Líderes do PMDB do governador Roberto Requião apostam em um “racha” na frente de oposição formada por PSDB, PDT, DEM e PPS nas eleições de 2010 como brecha para encontrar alternativas para a disputa pela sucessão estadual. E concordam com a avaliação de setores do PT paranaense de que o senador Osmar Dias (PDT) pode ser atraído para o grupo, caso não encontre apoio na frente oposicionista para suas pretensões de disputar o governo.
O raciocínio dos líderes governistas é motivado pelo fato de que o bloco de oposição tem hoje pelo menos três candidatos fortes à sucessão de Requião: além de Osmar, o prefeito reeleito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), e o senador Alvaro Dias (PSDB). E de que nacionalmente, o PDT de Osmar faz parte da base de apoio do governo Lula, que inclui também PMDB e PT.
Na avaliação desses caciques, Osmar pode ficar sem espaço para disputar o governo, caso o PSDB insista na candidatura de Beto Richa, até como forma de alavancar o candidato tucano à presidência em 2010 no Paraná. O mesmo aconteceria se o candidato fosse Alvaro.
Por outro lado, nem o PMDB de Requião, nem o PT têm candidatos que empolguem os dois partidos, já que o vice-governador peemedebista Orlando Pessuti até agora não conta sequer com o apoio de Requião; e os petistas Jorge Samek e Paulo Bernardo saíram enfraquecidos diante dos maus resultados do partido nas principais cidades do Estado na eleição municipal. Assim, prevêm, Osmar poderia ser o candidato do bloco sustentado por Lula, tendo o PMDB e o PT como aliados.
Na última segunda-feira, o deputado federal e ex-presidente do PT do Paraná, André Vargas, já admitiu uma composição com o senador para disputa pela sucessão estadual. Até porque, afirmou, Osmar não pode não ter como se manter na frente encabeçada pelos tucanos.
Ontem foi a vez do presidente do PMDB estadual, deputado Waldir Pugliesi. “Essa costura (da frente de oposição) não é monolítica. Haverá fissuras. Ela vai se fracionar”, prevê. Sobre a possibilidade de aproximação dos peemedebistas com Osmar Dias, Pugliesi foi cauteloso. “Tudo é prematuro. Precisa conversar”, reagiu, lembrando em seguida que o senador foi secretário da Agricultura do primeiro governo Requião. “Houve um distanciamento, mas política é como um iô-iô, vai e vem”, afirmou.
Já tucanos e pedetistas rejeitam a tese dos líderes do PT e PMDB. “Quem tenta acalentar essa divisão entre o Beto e o Osmar é quem não tem candidato. Mas não terão êxito”, garante o presidente do PSDB paranaense, deputado estadual Valdir Rossoni. “A nossa prioridade é manter essa aliança construída desde a primeira eleição do Beto em 2004. Não seremos nós que vamos tirar o passo do caminho do grupo em que estamos”, diz o deputado e vice-presidente estadual do PDT, Augustinho Zucchi.
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