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Plano Municipal da Mata Atlântica poderá fortalecer o turismo em Foz do Iguaçu

O Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Foz do Iguaçu (PMMA), aprovado em julho de 2020, poderá fortalecer atividades econômicas fundamentais para a cidade e o Oeste do Paraná, como o turismo e o setor agroindustrial.

O PMMA é um instrumento de planejamento territorial voltado à materialização da Lei da Mata Atlântica, a qual dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do bioma.

Foi desenvolvido ao longo de cinco anos, com o protagonismo do Observatório Educador Ambiental Moema Viezzer (OEAMV), da UNILA na articulação para construção de políticas públicas locais. A presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Gizele Vosgerau, destaca:

“Só posso reforçar os parabéns à professora Luciana Ribeiro e a toda a equipe envolvida. Acompanho o trabalho do Observatório e tive a grata oportunidade de assistir à apresentação da professora tratando do tema. Importantíssimo o trabalho e empenho desse grupo de pessoas sem as quais não seria possível a concretização da construção do Plano Municipal de Mata Atlântica”.

De acordo com análises dos integrantes do Observatório por garantir a preservação e a recuperação da Mata Atlântica, o PMMA (http://bit.ly/plano_atlantica) abre espaços para o desenvolvimento e a instalação de atrativos turísticos vinculados ao patrimônio socioambiental, atraindo um novo perfil de visitante e possibilitando aumentar a permanência do turista na cidade.

Mário Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, explica que o PMMA pode ser um instrumento determinante para o crescimento da economia local.

 “Ele não incide em todo o território do município, ele incide nas áreas prioritárias de conservação que possam fazer as conexões, como está no projeto, e que vão valorizar os ativos do município, como o turismo, a questão da água, a agricultura, a conservação, a proteção”, explicou.

Ao valorizar as áreas verdes distribuídas no município, Foz do Iguaçu poderá desenvolver, por exemplo, novas modalidades de turismo, como ecoturismo, turismo de base comunitária, turismo educacional ao ar livre, turismo científico e turismo de experiência socioambiental.

O fomento dessas outras possibilidades de turismo abre novas oportunidades econômicas e também traz espaços de lazer para os moradores de Foz do Iguaçu. O cuidado com as áreas de Mata Atlântica, um patrimônio de Foz do Iguaçu que passa a ser reconhecido com o PMMA, pode melhorar a qualidade da água e do ar, ampliar o conforto térmico, diminuir o ruído urbano e favorecer a biodiversidade.

“Como resultados mais imediatos, podemos dizer que a própria existência dessas áreas melhora as condições climáticas da cidade e a disponibilidade de água, diminui o nível de ruído e a poluição visual, embeleza a paisagem, enriquece a biodiversidade, amplia os espaços de lazer e educação para a população, oferece novas possibilidades de renda e turismo. Resumindo, é um desafio tanto pela abrangência como pelos impactos e reverberações deste tipo de plano” ressaltou a professora Luciana Mello Ribeiro, coordenadora geral do Observatório Educador Ambiental Moema Viezzer.

Mais do que uma necessidade imposta pela legislação federal, a criação do PMMA aponta para um conjunto de ações e mudanças necessárias para fazer frente às alterações climáticas.

Para a coordenadora de Pesquisa do Observatório, professora Marcela Kropf, “o momento pede que coloquemos em prática ações que empoderem a população na gestão da cidade, de maneira a garantir a sobrevivência e o bem-estar presente e futuro”.

Ao indicar áreas prioritárias para a conservação, responsabilizar o setor público na sua execução e envolver diversos setores da sociedade civil, o PMMA mostra indícios de um planejamento ambiental inclusivo e multissetorial.