O pau está comendo em torno da CPI da Petrobras no Senado. O governo iniciou a política da chantagem (será confissão de culpa?) e das manobras. Pois bem. Para ameaçar a oposição, PT e PMDB apresentaram pedido de criação de outra CPI da Petrobras no Senado para bater nos adversários de Dilma: Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE). Ou seja. São duas CPIs.
A da oposição que pretende investigar só a Petrobras e a da situação que virou o samba do crioulo doido e pretende embolar as denúncias envolvendo cartel do metrô em São Paulo e no Distrito Federal, a construção do Porto de Suape (PE) e a Cemig, empresa energética de Minas. Mas as duas CPIs podem micar na origem. É que o PT apresentou questionamento ao presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusando as duas comissões de não terem “fato determinado” e quem fez o serviço a mando do governo: sim, ela mesma, Gleisi Hofmann. Errou. Não devia ter obedecido. Eu explico.
O governo para jogar a decisão de criar as CPIs nas mãos do fiel escudeiro Renan Calheiros mandou a candidata do PT ao governo do Paraná fazer a besteira de conduzir a manobra. Ela obedeceu e deu um tiro no pé patrocinado pelo Planalto. Claro que se os tucanos tiverem, além de penas, pelos menos dois neurônios funcionando, o fato será usado pra valer na campanha pura e simplesmente porque a manobra vai contra a opinião pública. Foi uma bobagem.
E se o governo ainda não entendeu qual é o fato determinado para a instalação da CPI a gente dá uma forcinha. Vamos lá. É o desmonte da Petrobras, o superfaturamento de refinarias, as irregularidades denunciadas nos últimos dias e a suspeita de recebimento de propina por funcionários da estatal. Ou seja, o fato são as denúncias de corrupção na Petrobras e ponto. E contra esses fatos não há argumentos.