De acordo com João Beck, economista e sócio da BRA, após um crescimento de 7,7% no terceiro trimestre, o quarto trimestre teve um resultado até mais forte do que era o esperado. “No quarto trimestre, o crescimento do consumo das famílias e da indústria ainda se apoia por resultado do auxílio emergencial, mas também por alguma retomada leve e gradual na economia, além de uma ajuda do dólar mais alto”, explica.
Para Beck, o controle da pandemia e a vacinação são cruciais para a retomada econômica e o Brasil tem tido um desempenho ruim nessa área. ” A alta acima do esperado do PIB e sem uma trégua da inflação dão mais corda para altas na taxa Selic por parte do Copom”, comenta.
Rossano Oltramari, estrategista e sócio da 051 Capital, gestora especializada em alocação de recursos e planejamento patrimonial, avalia que, para o investidor, o cenário é difícil para tomada de decisões ainda mais com a recente intervenção do governo na Petrobras, que teve reflexo negativo no mercado. “Para quem toma decisão de investimento, o cenário é péssimo. Conversei com muita gente no mercado. Incerteza é a pior coisa para o investidor, e estamos vivendo isso”, diz Rossano Oltramari, estrategista e sócio da 051 Capital.
Segundo Oltramari, é fundamental que o investidor tenha muita cautela nesse momento de tantas incertezas. “Na bolsa, ações de empresas boas caíram fortemente nas últimas duas semanas nos setores de construção civil, varejo e saúde, o que pode ser uma oportunidade. Mas o risco também aumentou. O investidor pessoa física tem que ter muita cautela”, complementa.
De acordo com João Beck, para esse ano, a perspectiva é de possivelmente um PIB fraco justamente pela alta de juros, algo que o mercado já estima para a próxima reunião do Banco Central. “A retirada ou diminuição de auxílios do governo, o aumento da taxa de juros por causa da inflação e a vacinação caminhando a passos lentos também podem pesar”, completa.
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