Investigadores da Operação Lava Jato encontraram novos indícios que ligam o esquema operado pelo doleiro Alberto Youssef às obras de ampliação da refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) apuraram que empresas controladas por Youssef mantiveram pelo menos três contratos com empreiteiras que atuaram na obra, ocorrida entre 2006 e 2012 e que custou R$ 7,5 bilhões. Os valores repassados pelas empreiteiras às empresas de Youssef somam R$ 4,9 milhões. A PF também apreendeu uma planilha, que estava em posse do doleiro, detalhando supostos pagamentos de propina de R$ 35.8 milhões envolvendo a Repar. O dinheiro abasteceria o esquema de pagamento a políticos e empresários descoberto pela Lava Jato.
A Petrobras contratou cinco consórcios de empreiteiras por R$ 7,5 bilhões para ampliar a capacidade de produção da Repar, cujas obras foram executadas entre 2006 e 2012. Laudo da Polícia Federal deste ano cita que as planilhas do contrato teriam sobrepreço de R$ 1,4 bilhão. O valor foi estimado num relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), de 2010, que encontrou irregularidades em 20 dos 52 contratos. Até o momento, as investigações da Lava Jato focaram nos indícios de desvios encontrados na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. O caso culminou com a prisão do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Costa firmou um acordo de delação premiada com a Justiça Federal e revelou detalhes de desvio de dinheiro da estatal para financiar políticos e três partidos da base aliada dos governos Lula e Dilma Rousseff: PT, PMDB e PP. O doleiro Youssef está colaborando com a investigação, mas ainda não teve a delação confirmada pela Justiça.
Citados negam irregularidades
As empresas que aparecem nos documentos apreendidos pela Polícia Federal negam irregularidades na obra da Repar. A Construtora Camargo Corrêa informou que “desconhece as informações citadas” e que nunca fez repasses a Alberto Youssef. A OAS diz que “aguardará o fim das investigações para se manifestar”. A Sanko diz que Youssef era um “representante de vendas” que recebeu comissões por vendas legais. A Petrobras e o Grupo MPE foram procurados, mas não responderam à reportagem. Nenhum representante dos consórcios Interpar e CCPR foi localizado. Já o advogado de Youssef, Antonio Figueiredo Basto, diz que não irá se posicionar até o fim da investigação.
Aditivos de R$ 81,9 mi estão na lista suspeita
Os consórcios Conpar e Interpar e a Camargo Corrêa conseguiram aprovar aditivos, sem licitação, que somaram R$ 81,9 milhões ao valor dos contratos firmados com a Petrobras para as obras na Repar. Os três contratos aditivados entraram na lista dos 20 com indícios de irregularidades apontados em parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) de 2010.
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