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PF investiga deputado no ‘Rio Danúbio’

Por Aroldo Murá

A minha caixa postal ficou abarrotada de e-mails de leitores até da Europa, que me pedem informações “detalhadas” sobre a operação de busca e apreensão, realizada pela Polícia Federal, em outubro, em Curitiba, e que teve por objeto um deputado federal em seu apartamento.

Claro que, nem morto, irei fornecer certos detalhes que identificariam minhas fontes, mas acrescentarei o seguinte à notícia de enorme repercussão, publicada pela coluna de segunda-feira, 1-11-12:

a) a operação da Polícia Federal foi em outubro passado; durou horas.

b) o alvo da busca e apreensão de documentos foi o apartamento (e não o escritório) em que mora um deputado federal sob investigação da PF;

c) A operação, com mandado judicial, não foi nada discreta, pelo contrário. E ocupou horas do dia, alterando, de certa forma, a rotina dos condôminos do luxuoso Edifício Rio Danúbio, na Avenida Visconde de Guarapuava;

d) A Polícia Federal, embora não tenha escondido de ninguém a operação, não de manifestou sobre ela.

O que mais se sabe, e que adiciono à informação anterior, é o seguinte: o parlamentar estava mesmo lendo uma Bíblia, na versão do Rei James (ele, o parlamentar, não é homem culto, apenas bom financista e investidor em papéis, embora bacharel, mas tem veleidades intelectuais);

Sabe-se também que o deputado fazia pesquisa sobre a vida e obra do pregador protestante clássico Spurgeon, consultando livros sobre ele editados pela CPB, na ocasião exata da batida da PF.

Mas teria atendido a PF, na porta, com uma Bíblia na mão…

Por último, lembro que o Edifício Rio Danúbio, próximo à Igreja de Santa Terezinha, tem uma das taxas de condomínio mais altas de Curitiba, coisa de R$ 7 mil segundo informou um porteiro do prédio, que – naturalmente – pediu anonimato. Não consegui conferir o valor com outras fontes.

E mais: lá só podem ser proprietária gente do cacife do parlamentar, condôminos de alto coturno: no mercado imobiliário, cada unidade do luxuoso Edifício Rio Danúbio custa entre 2 milhões a R$ 2,3 milhões.

Os demais moradores do Rio Danúbio são gente fina, nunca estiveram sob investigação. Um deles, por exemplo, é dos notáveis dirigentes de entidade empresarial curitibana.