A Polícia Federal indiciou o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e o empresário Marcelo Odebrecht no âmbito da Operação Acrônimo, que investiga a liberação de financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a Odebrecht. Pimentel é acusado do crime de corrupção passiva e Marcelo Odebrecht de corrupção passiva. As informações são de Gabriel Mascarenhas e Bela Megale na Folha de S. Paulo.
Segundo a Folha apurou, a PF investiga se Pimentel recebeu propina e troca de ter atuado na liberação de financiamentos do BNDES para obras da Odebrecht na Argentina e em Moçambique. Pimentel foi ministro do Desenvolvimento de 2011 a 2014, período em que a empresa se beneficiou de dinheiro do banco estatal.
Como o governador tem foro privilegiado, o ministro Herman Benjamin, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), teve que autorizar o indiciamento, que aconteceu há cerca de 20 dias.
O inquérito será encaminhado à Procuradoria-Geral da República, que decidirá se oferece mais esta denúncia contra o petista e o empreiteiro.
NOVA FASE
Nesta quinta a PF também deflagrou a 8ª fase da Acrônimo, que novamente investiga se houve pagamento de propina por parte da Odebrecht.
A empresa teria sido beneficiada por US$ 3 bilhões do BNDES para fazer os projetos do Porto Mariel, em Cuba, e também outros na República Dominicana, Panamá, Angola, Gana e México, em troca de pagamento de propina a um assessor do ministério da Fazenda.
O governador de Minas não é alvo desta fase.
OUTRO LADO
Em nota, a defesa de Pimentel disse que o indiciamento é ato de convencimento da autoridade policial e que não tem qualquer outra consequência; que o STF, por “maioria esmagadora”, afirma a impossibilidade do indiciamento, assim como a Procuradoria Geral da República; que é “risível” a “coincidência” que vai se repetindo a cada dia em que se designa novas datas para o prosseguimento do julgamento dos recursos da defesa no STJ; e que aguarda o julgamento das questões de ordem que demonstrarão as “absolutas ilegalidades” dessa operação e da colaboração premiada.
“Nessa, trocou-se um pacote de crimes de toda espécie por um ano de domiciliar. Violação da primeira à última letra da Lei”, diz a nota.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de Marcelo Odebrecht, nem com a empreiteira.
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