A Petrobras confirmou nesta quarta (30) a venda da polêmica refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, para a americana Chevron. O negócio foi fechado por US$ 562 milhões (cerca de R$ 2 bilhões, na cotação atual), cerca de metade do valor desembolsado pela estatal para ter a unidade em um processo investigado pela Operação Lava Jato. As informações são de Nicola Pamplona na Folha de S. Paulo.
Vista da refinaria de Pasadena, no canal de Houston, no Texas (EUA); unidade foi comprada em 2006 sob o argumento de que a Petrobras precisava de um ponto de entrada no mercado americano de combustíveis – Richard Carson/Agência Petrobras
Localizada nos arredores de Houston, a capital do Texas, a refinaria é vista pela Chevron como uma alternativa para expandir sua capacidade para refinar petróleo produzido em reservas não convencionais nos Estados Unidos e atender sua rede de postos de gasolina na região.
A operação faz parte do plano de desinvestimentos da Petrobras e foi aprovada pelo conselho de administração da estatal nesta quarta, quase um ano após a oferta do ativo ao mercado.
Segundo a companhia, do valor total, US$ 350 milhões (R$ 1,3 bilhão) correspondem ao valor da unidade e o restante, a capital de giro. O valor final da operação ainda está sujeito a atualização do capital de giro, que foi calculado com base no montante disponível em outubro de 2018, informou a Petrobras em comunicado ao mercado.
A refinaria foi comprada em 2006 sob o argumento de que a Petrobras precisava de um ponto de entrada no mercado americano de combustíveis.
A estatal pagou US$ 360 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) por metade da empresa, quase oito vezes mais do que os US$ 42 milhões (R$ 155 milhões) desembolsados um ano antes pela suíça Astra por 100% do capital.
A disputa judicial, acabou desembolsando US$ 1,2 bilhão (R$ 4,4 bilhões) para ficar com todas as ações. Com a crise financeira, a Petrobras decidiu reduzir suas operações no exterior e incluir Pasadena em sua lista de ativos à venda.
O processo de compra da refinaria foi alvo da Operação Lava Jato e é hoje investigada também pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que avalia responsabilidades da gestão da empresa durante os governos petistas pelo prejuízo.
Em uma das ações, a área técnica da autarquia pede a condenação de ex-diretores e ex-conselheiros da estatal, incluindo a ex-presidente Dilma Rousseff, por terem faltado com o dever de diligência ao aprovar a compra da empresa.
“Essa expansão do nosso sistema de refino na costa do Golfo do México permite à Chevron processar mais petróleo leve americano, abastecer parte de nosso mercado varejista no Texas e na Lousiana com produtos da Chevron e realizar sinergias por meio da coordenação com nossa refinaria em Pascagoula [no Mississipi]”, disse em nota Pierre Breber, vice-presidente da Chevron para os segmentos de refino e petroquímica.
PRÉ-SAL
A empresa americana anunciou também nesta quarta mudança em suas operações brasileiras, com a venda de participação no campo de produção de petróleo Frade, na Bacia de Campos, para focar recursos na exploração do pré-sal.
Nos últimos leilões do governo, a companhia arrematou fatias em seis blocos do pré-sal, em parceria com a Petrobras e outras empresas do setor.
“O pré-sal brasileiro é um recurso de classe mundial”, disse, em nota.A fatia de 51,74% no campo de Frade foi comprada pela Petro Rio, que levou também participação em um bloco exploratório no Ceará.
link matéria
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/01/petrobras-vende-refinaria-de-pasadena-a-americana-chevron-por-r-13-bilhao.shtml
Deixe um comentário