NOTA A SOCIEDADE – Julho de 2009
Pessoas envolvidas com tráfico de drogas ameaçam famílias do assentamento Antonio Tavares, em São Miguel do Iguaçu-PR
Seis famílias afastadas dos lotes por envolvimento com tráfico de drogas desde de 2007, voltaram a reocupar o Assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Antonio Companheiro Tavares, em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná, no último domingo, 5 de julho.
Essas pessoas chegaram ao local, portando facas e armas de fogo, ameaçando as famílias que atualmente estavam vivendo e produzindo nesses lotes. Sob ameaças, os agricultores foram expulsos de suas casas e seus pertences foram jogados na chuva. O clima no local ainda é muito tenso.
Desde domingo, a presença das polícias Federal e Militar é constante para evitar confronto entre as duas partes e investigar o narcotráfico na área.
Cerca de 70 pessoas, reocuparam três lotes próximos a BR 277. Muitos são moradores das cidades próximas, que também se beneficiavam da rota do trafico de drogas, criada pelos traficantes, que funcionava no fundo do assentamento, em um braço do lago de Itaipu. A área que faz divisa com o lago de Itaipu era usada como rota de traficantes, pela facilidade de acesso ao local, que aliciavam alguns agricultores e jovens para estocar drogas nos lotes.
Para tentar resolver o problema, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) ofereceu outra área às famílias, mas as mesmas não aceitaram. O que demonstra intenções em continuar usando o local para facilitar o tráfico. O que é contraditório, já que os assentamentos têm a função de produzir alimentos para a subsistência das famílias e o abastecimento do mercado local.
Durante uma apreensão de drogas, realizada na BR 277, pela Polícia Federal e Civil, em 1° de setembro de 2007, foram encontrados 1.590 quilos de maconha em um caminhão próximo ao pedágio de São Miguel do Iguaçu, suspeito de ter saído do assentamento. Em seguida, houve uma busca e apreensão nos lotes, onde foram encontrados mais 26 quilos de maconha em caixas de abelhas, no meio da lavoura, em bananeiras e sacos de rações para peixes. Na época ninguém foi preso porque o motorista abandonou o veículo e fugiu. Apesar disso, três agricultores foram indiciados. Na época os envolvidos fugiram do assentamento para não serem presos.
As famílias do Assentamento Antonio Tavares, que vivem amedrontadas pelo tráfico, cobram da justiça punição dos envolvidos com o crime, que estavam afastados do assentamento há quase dois anos e agora estão tentando voltar ao local.
Esperamos que a Justiça reconheça o direito dos trabalhadores à vida comunitária e sem drogas, e não permita o retorno das pessoas envolvidas com o tráfico aos lotes.
Reforma Agrária: Por Justiça Social e Soberania Popular!
Coordenação Estadual do MST
Assentamento Antonio Tavares
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