de Josias de Souza
O Congresso aprovou em 2009 uma emenda que era uma espécie de rabo escondido com o gato de fora. Autorizou-se a elevação do número de vereadores em 2.153 câmaras municipais espalhadas pelo país. Dizia-se que o gato não miaria.
Pois bem. Chegou a hora da verdade. Às portas das eleições municipais de 2012, pelo menos 1.700 cidades decidiram engordar suas câmaras. Há no Brasil 51.748 vereadores. A partir de 2013, haverá algo como 7 mil a mais.
Não há, por ora, levantamento oficial consolidando os gastos adicionais que estão por vir. Mas uma apuração feita pela repórter Silvia Amorim não deixa dúvidas: o miado do gato vai custar milhões. A conta ja começou a ser apresentada.
Na cidade de São Gonçalo (RJ), por exemplo, o plenário da câmara será ampliado de 21 cadeiras para 27. Afora os novos contracheques, decidiu-se construir uma nova sede para o legislativo local. Coisa de R$ 6 milhões.
Em Maceió, capital alagoana, o número de vereadores subirá de 21 para 31. Para acomodar tanta gente, optou-se por comprar um novo prédio. Estimou-se a despesa imobiliária em R$ 5 milhões. E por aí vai.
Aos olhos dos congressistas, vereadores não são senão cabos eleitorais de luxo. Quanto mais, melhor. Nesse cenário, todos os gastos são pardos.
De resto, deputados e senadores são pessoas cujo problema financeiro é completamente diferente do de todo mundo. Para eles, arranjar dinheiro é um problema seu. Gastar o dinheiro que você ganha é a solução deles.
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