As taxas do pedágio consomem dos produtores do Oeste do Paraná mais de R$ 100 milhões/ano. A informação é do presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, que participou nesta segunda-feira (28), da audiência pública na Assembleia Legislativa, que discutiu a renovação dos contratos com as atuais concessionárias, iniciados em 1997, vencem em 2021. Representantes dos setores envolvidos defenderam mais diálogo e uma nova licitação.
“Para ter ideia, metade desse valor, R$ 50 milhões, sai do bolso de produtores rurais filiados às cooperativas, que por sua vez respondem por metade do PIB do Oeste, que em 2016 deverá ficar em R$ 35 bilhões”, disse Grolli. O presidente da Coopavel destacou a importância do evento. “Quando tratamos de competitividade do agronegócio, não podemos esquecer que o meu produto lá fora, não vai acrescentar valor por motivo do custo pedágio”, ressaltou.
O deputado Chico Brasileiro (PSD), participou das discussões. Segundo ele, é preciso ampliar o debate sobre a renovação dos contratos do pedágio. “É preciso abrir nova licitação para baixar tarifas e assegurar obras. O contrato vigente, assinado há 20 anos, não atende aos interesses dos paranaenses”, frisou o parlamentar, que tem base política em Foz do Iguaçu.
Mais debates
O evento, “Renovação dos Contratos de Pedágio do Paraná e a Cobrança dos Eixos Suspensos de Caminhões Vazios”, foi proposto pelos deputados Ademir Bier (PMDB), Nelson Luersen (PDT), e Tercílio Turini (PPS) e reuniu representantes de cooperativas, das federações das Associações Comerciais do Paraná (Faciap) e das Indústrias do Paraná (FIEP), do Departamento de Estradas e Rodagem (DER-PR) e população em geral. Como consenso ficou definido que é preciso levar o debate para mais setores da sociedade.
“Estamos antecipando e iniciando uma ampla discussão com o setor produtivo. Queremos mobilizar os paranaenses para que desta vez as classes produtivas e o povo não fiquem de fora desta importante decisão”, disse Ademir Bier. “Defendemos que uma nova licitação seja realizada em 2021, quando os atuais contratos forem encerrados. Para isso precisamos da união dos paranaenses”, completou.
Segundo Nelson Luersen, este é um tema que tem que ser exaustivamente discutido. “Penso que a sociedade organizada, que é a que mais paga por esse sistema de pedágio, tem que se mobilizar para entrar nesse debate da renovação ou de uma nova licitação dos pedágios do estado”, apontou. “Esse debate tem que ser feito junto à sociedade. Isso não pode ficar restrito apenas ao Governo do Estado, com alguns técnicos e com a concessionária”, ressaltou o deputado Tercílio Turini.
Cobranças
Durante a audiência, os deputados também fizeram cobranças em relação às obras previstas em contrato que não foram realizadas pelas concessionárias do anel de integração. Os participantes também questionaram sobre a realização de audiência sobre a cobrança dos eixos suspensos de caminhões vazios nas praças de pedágio.
A Lei federal que impedia essa cobrança foi sancionada pela presidente Dilma. “Durante 90 dias as empresas de pedágio não cobraram, posteriormente a concessionárias entraram com um pedido alegando que a lei, em um dos seus artigos, diz que quando há um desequilíbrio econômico, ela deve ser revogada”, informou Bier. A Agepar, de imediato, entendeu que a cobrança pelos eixos suspensos deveria voltar. “Agora, nós e o estado de São Paulo somos os únicos da Federação a fazer esse tipo de cobrança”, explicou Bier.
Também participaram da audiência os deputados federais João Arruda (PMDB) e Toninho Wandscheer (PROS); e os deputados Anibelli Neto (PMDB), Guto Silva (PSD), Schiavinato (PP), Claudio Palozi (PSC) e Evandro Araújo (PSC).
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