A oposição ao governo na Assembléia Legislativa demonstrou na sessão de ontem (17) mostra como está “preparada”. O deputado de primeira viagem, Ribas Carli Filho (PSB) e o já escolado Élio Rush (DEM) tumultuaram a sessão com o objetivo de desacreditar a validade constitucional da PEC da Água aprovada na última terça-feira (16).
A dupla de oposicionistas, apoiados ainda pelo entusiasmado deputado Marcelo Rangel (PPS), também estreante na cena pública, tentou comparar a gestão da água com o mercado de telecomunicações, ao lembrarem da bem sucedida privatização do setor nos anos 90, com o argumento de que a “livre iniciativa” seria o melhor caminho para a gestão do bem natural. Para o líder do Governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB) a “visão estreita da oposição é de assustar”.
Romanelli classificou como “simplista” a comparação. “As telecomunicações são fruto de inovações tecnológicas, do trabalho de homens, de empresas; a água é um bem natural, um recurso finito. Como pode alguém ser tão simplista a ponto de achar que uma e outra coisa merecem ser tratadas da mesma forma?”. E emendou: “É incrível que deputados de oposição queiram ver um retrocesso nesta emenda, que coloca o Paraná na vanguarda no que tange a um direito sagrado de todo ser humano”, disse o parlamentar.
O deputado lembrou o exemplo desastroso da ‘guerra da água’ de Cochabamba, na Bolívia. Em 1999, o serviço de saneamento da cidade passou às mãos do consórcio privado Águas Del Tunari, formado por empresas espanholas, italianas e dos EUA. “A primeira providência do consórcio, registrado no paraíso fiscal das Ilhas Caymann, foi aumentar as tarifas, elevando os gastos de uma família de cinco pessoas de 35 dólares para 60 dólares por mês. Até mesmo uma tarifa pela coleta de água da chuva foi instituída”, disse Romanelli, que aproveitou para alertar os deputados que sonham em ver a Sanepar privatizada: “Todos nos lembramos dos prejuízos causados pela privatização branca da Sanepar, apoiada entusiasticamente por alguns dos mesmos parlamentares que agora bradam contra a instituição da água como bem fora do comércio”.
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