Paulo Bernardo diz que medida é importante para plano de banda larga
por Estelita Hass Carazzai, na Folha de S.Paulo
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, respondeu ontem às críticas do PT sobre isenções fiscais concedidas pelo governo a empresas de telecomunicações, e disse ter o apoio da presidente Dilma Rousseff para a medida.
A desoneração, prevista no Plano Nacional de Banda Larga, foi criticada em resolução do Diretório Nacional do PT aprovada no início do mês.
O documento petista “conclama” o governo federal a “rever o pacote de isenções concedido às empresas de telecomunicações”, e estimula a retomada da reforma do marco regulatório das comunicações, a fim de “democratizar as mídias no país”.
Para a direção do partido, as empresas não deveriam ser beneficiadas com isenções.
“O governo acha que é importante facilitar a implantação da banda larga pelas desonerações, o partido achava que não. Ponto”, disse recentemente o presidente do PT, Rui Falcão, em uma tentativa de minimizar a divergência.
As empresas deixarão de pagar, segundo o ministério, R$ 6 bilhões nos próximos cinco anos. O objetivo é universalizar o acesso à banda larga.
“O que a presidenta Dilma está me cobrando é que temos que melhorar a qualidade do serviço. E ela concorda que precisamos de um programa para avançar na infraestrutura”, disse Bernardo ontem em Curitiba, onde esteve para debater a tecnologia 4G.
Segundo o ministro, que é petista, a presidente já afirmou que, se for preciso, vai liberar dinheiro público para melhorar a qualidade dos serviços de internet e telefonia.
“Ela já disse que vai colocar dinheiro do Orçamento, vai pôr no PAC, vai liberar financiamento. Estamos vendo o melhor jeito de fazer isso.”
Bernardo disse não querer brigar com o partido e que todos têm direito a dar sua opinião, mas que considera as críticas “equivocadas”.
“O benefício não é para as empresas, é para o consumidor, que vai pagar menos.”
O ministro se tornou alvo de militantes petistas e ativistas sociais na internet, que o acusam de ser “representante” das teles.
“O que acho curioso é que, quando você faz incentivo para automóvel, ninguém acha anormal”, afirmou Bernardo.
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