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‘Pato novo não mergulha fundo’, diz Bebianno sobre novatos do PSL no Congresso

LINS5362 - RIO DE JANEIRO - RJ - 07/10/2018 - ELEIÇÕES / RIO / JAIR BOLSONARO - POLÍTICA OE - O presidente do PSL, Gustavo Bebianno Rocha, durante coletiva cedida a imprensa após apuração dos votos do primeiro turno das eleições 2018, na noite deste domingo, 07, no hotel Windsor, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Jair Bolsonaro, presidenciável pelo PSL, disputa o segundo turno pela presidência da República contra Fernando Haddad, do PT. Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

O futuro ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, tentou conter nesta segunda-feira, 10, o fogo amigo no PSL. Após a cerimônia de diplomação do presidente eleito, Jair Bolsonaro, no Tribunal Superior Eleitoral, Bebianno enquadrou os novos parlamentares do partido, que têm protagonizado desentendimentos em público. “Pato novo não mergulha fundo”, disse ele. As informações são de Vera Rosa e Breno Pires no Estadão.

Na tentativa de conter as divergências, a cúpula do PSL decidiu que o deputado Delegado Waldir (GO) assumirá a liderança do partido na Câmara até 31 de janeiro de 2019 no lugar de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Na semana passada, imagens de uma discussão entre Eduardo e a colega eleita Joice Hasselmann (SP), em um grupo de WhatsApp, escancararam as desavenças na sigla.

Em uma das mensagens, Joice criticou a articulação política do PSL na Câmara e discutiu com o deputado e senador eleito Major Olímpio (PSL-SP). Eduardo entrou então na conversa, bateu boca com Joice e chegou a dizer que ela tinha “fama de louca”. Na ocasião, contou ter recebido ordens do pai para conduzir negociações na Câmara nos bastidores, a fim de não irritar o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que concorre à reeleição e, sem o apoio do PSL, poderia acelerar a aprovação das chamadas pautas bombas.

“A gente estava lavando roupa suja”, admitiu Eduardo, no sábado, ao ponderar que, na sua opinião, nada disso prejudica a governabilidade. “O que aconteceu foi uma batida de canela ali, natural, mas apareceram santos apaziguadores que resolveram o problema”, disse Joice ao Estado, nesta segunda-feira.

Bebianno comparou a maioria dos deputados calouros a “marinheiros de primeira viagem” e, sob o argumento de que Brasília é um “ambiente inóspito”, cheio de fofocas, pediu que a nova bancada, com 52 parlamentares, ajuste o relacionamento. “Estão todos em fase de adaptação. Como não é possível o divórcio, eu tenho certeza de que haverá uma acomodação e o PSL vai tomar um rumo positivo”, avaliou ele. “O partido tem de estar unido e todos precisam ter consciência. Se não fosse a onda Bolsonaro, a grande maioria não teria sido eleita. Essa é que é a verdade.”

Ao falar sobre as sucessivas estocadas entre correligionários, o futuro ministro também mostrou contrariedade com críticas feitas pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente eleito, a Julian Lemos (PSL-PB), que assumirá a vaga de deputado federal em fevereiro de 2019. Em recente postagem nas redes sociais, Carlos disse que “Julian Lemos, a pessoa que tem se colocado como coordenador de Bolsonaro no Nordeste, não é nem nunca foi! Detalhes creio que todos sabem!”.

Para Bebianno, o comentário de Carlos — com quem também já teve desavenças — foi inconveniente. “Eu acho que não se atira em soldado, não se abate o aliado, não se sabe o dia de amanhã. Nosso trabalho sequer começou e acho extremamente negativo qualquer tipo de conflito interno. Não só negativo como, no nosso caso, desnecessário”, argumentou ele. O futuro ministro da Secretaria-Geral da Presidência disse, ainda, que a reunião de Bolsonaro com a bancada do PSL, nesta quarta-feira, em Brasília, servirá para aparar arestas e conter possíveis insatisfações.

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https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,pato-novo-nao-mergulha-fundo-diz-bebianno-sobre-novatos-do-psl-no-congresso,70002640905