Um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a maior parte da fauna e flora brasileira em risco de extinção está na Mata Atlântica. Diante da alarmante situação, o Parque das Aves reforça sua atuação como a única instituição no mundo focada na conservação de aves desse bioma.
Segundo a pesquisa, denominada “Contas de Ecossistemas: Espécies ameaçadas de extinção”, em todos os biomas brasileiros há espécies em risco, mas a situação é mais grave na Mata Atlântica, onde vive a maior parte da população brasileira e 25% de todos os animais e plantas que correm o risco de desaparecer.
O bioma tem 1.989 espécies de animais e plantas ameaçadas. Dessas, o Parque das Aves tem seu foco em 120 espécies e subespécies de aves. Mais de uma dezena de animais já são considerados oficialmente extintos na natureza, entre eles o mutum-de-alagoas, e dependem de programas de reprodução assistida, como o que é feito no Parque das Aves.
“Como participante do Programa de Cativeiro do Mutum-de-alagoas, o Parque das Aves recebeu, em junho de 2015, 10 casais da ave, vindos do criadouro CRAX, em Minas Gerais. Desde então já nasceram mais de 20 filhotes no Parque, contribuindo para o aumento da população mundial desta ave que chegou a ser extinta em seu ambiente de ocorrência natural”, diz Paloma Bosso, diretora técnica do Parque das Aves.
Floresta fragmentada
A Floresta Atlântica é considerada um dos biomas mais ameaçados do planeta devido ao histórico de degradação causada pelo processo de colonização do território brasileiro. A Mata se espalha por 17 estados brasileiros, mas está concentrada principalmente no litoral. Apesar de representar menos de 12% da área total original do bioma, essa região apresenta altíssimo valor para a conservação da biodiversidade.
“Toda essa riqueza biológica está confinada em fragmentos florestais protegidos que estão frequentemente isolados entre si pois se localizam dispersos em áreas dominadas por ambientes urbanos ou de uso agropecuário, ambos pouco amigáveis à biodiversidade”, comenta a diretora.
A vocação do Parque das Aves ganha ainda mais destaque diante do contexto que uma importante pesquisa divulgada na revista Nature demonstrou: restaurar 30% de áreas degradadas do planeta pode salvar 71% de espécies da extinção. No Brasil, a Mata Atlântica que é uma zona de alta prioridade de restauração, pela sua rica biodiversidade, apresenta baixos custos de restauração e alto sequestro de carbono.
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