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Paraná se antecipa e luta pela preservação da Araucária

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) disse nesta segunda-feira (9) que o Paraná deu um passo importante, ao criar a lei que regulamenta o plantio de araucárias no Estado. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou uma lista com dez espécies de árvores ameaçadas de extinção, dentre elas, a Araucária angustifolia.

A lei que regulamenta e incentiva a produção de araucária para fins comerciais foi criada por Romanelli, em conjunto com os deputados Emerson Bacil (PSL) e Hussein Bakri (PSD). “O Paraná avança ao criar uma lei que tem como objetivo principal a preservação da árvore símbolo do nosso Estado. Com isso, queremos mostrar que a araucária não pode ser uma peça de museu, mas uma espécie que gera emprego e renda e garante a preservação ambiental”, comenta Romanelli.

Extinção — A IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais) classifica a Araucária angustifolia como “criticamente em perigo”. Dentre a lista das dez espécies ameaçadas de extinção, ela foi a mais comercializada, representando 5,2% do volume total da madeira vendida.

O alto valor da madeira extraída da árvore fez com que a população de araucárias sofresse redução populacional muito severa ao longo dos anos, algo em torno de 80%.

Apesar de ser protegida por lei, a espécie é constantemente ameaçada, sobretudo pelo avanço da construção de usinas hidrelétricas na região Sul.

Segundo o deputado Romanelli, isso tem provocado o desaparecimento de importantes remanescentes de floresta com Araucária. Ele lembra que, por estar representada em diversas unidades de conservação de proteção integral, por ser uma espécie com alto potencial de cultivo e também colonizadora de áreas abertas, Araucaria angustifolia foi considerada “em perigo”.

Preservação — Para o professor e pesquisador Flávio Zanetti, doutor em Fitotecnia na França com pós-doutorado naquele mesmo país, a lei criada no Paraná “transforma a planta que era odiada em amada, que era maldita em abençoada”.

Zanetti, principal pesquisador da árvore, lamenta o fato de os proprietários rurais arrancarem ou cortarem a araucária ainda pequena, para não perderem pedaço de terra produtiva, uma vez que, se a deixarem crescer, não poderão mais cortá-la. “A araucária agora tem uma política pública de renovação para sua perpetuação. Pelo menos no Paraná”, conclui.