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Paraná inicia novo ciclo industrial

Paraná inicia novo ciclo industrial

Ademar Traiano

A crise, que começou a afetar o setor automobilístico no Brasil, não impediu o Paraná de firmar um novo e importante acordo com a montadora francesa Renault para a produção de dois novos carros.

O acordo é mais uma evidência que o bom ambiente para empreendimentos, criado no Paraná após a entrada de Beto Richa no governo em 2011, é capaz de superar os tropeços e as barbeiragens do governo federal. Dilma Rousseff acumula maus resultados e o setor automobilístico sofre pela má condução de acordos internacionais, particularmente no âmbito do Mercosul.

O anúncio do novo empreendimento foi feito pelo governador Beto Richa e o presidente mundial do Grupo Renault, Carlos Ghosn, em Curitiba. A empresa vai investir R$ 500 milhões no desenvolvimento e produção de dois novos veículos no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais.

O novo empreendimento da Renault vem se somar aos R$ 30 bilhões de novos investimentos atraídos ao Paraná em 3 anos pelo programa Paraná Competitivo. Programa que já gerou 180 mil novos empregos.

A maioria das novas indústrias foi direcionada para o interior do estado e boa parte delas instalada em municípios de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Receber bem o investidor, nacional e estrangeiro, pode parecer óbvio, mas foi uma novidade introduzida por Beto Richa depois de quase uma década de hostilidade aos investidores que produziu prejuízos gigantescos no Paraná.

O estado vive um novo ciclo histórico de industrialização com a abertura de milhares de oportunidades de trabalho para os paranaenses. O caso da Renault, que antecipa investimentos, gera 6.500 empregos diretos e 25 mil empregos nas empresas que fornecem produtos, é apenas um exemplo.

O Paraná estava à margem dos investimentos até 2011 e, desde então, com uma vigorosa política de incentivos, se recuperou e vem assumindo posições de liderança no crescimento industrial. Até 2011 o estado tinha crescimento do PIB abaixo da média nacional. Hoje exibe indicadores econômicos sensivelmente melhores que os da média brasileira.

“Aqui no Paraná, nem sempre foi boa a relação com o governo. A ampliação da nossa presença aqui agora tem um espírito de parceria, pois temos todos os nossos compromissos respeitados. Confiamos no Paraná e o Paraná é um grande suporte para o nosso desenvolvimento”, afirmou o presidente da Renault Carlos Ghosn.

O empresário costuma recordar as picuinhas e a hostilidade que a empresa sofreu no Paraná e que quase determinaram que abandonasse o estado na década passada. Entre elas os oito anos em que o presidente da Renault não foi recebido no Palácio Iguaçu.

Ghosn disse que a meta é elevar a participação da montadora no mercado nacional. Atualmente de 6,7% para 8% até 2016. Enfatizou que esse tipo de objetivo só é viável com uma firme parceria da empresa com os governos locais.

O presidente mundial da Renault revelou que os investimentos de R$ 1,5 bilhão anunciados para o ciclo 2010-2015 já foram concluídos e que desde 2011 o Brasil é segundo maior mercado da marca depois da França e está entre as prioridades estratégicas de crescimento mundial do grupo. A montadora vai apresentar em breve os novos modelos que serão fabricados no Paraná.

A Renault anunciou também a instalação de um novo Centro Nacional de Distribuição de Peças no município de Quatro Barras. Esse investimento também se insere no programa Paraná Competitivo.

O novo Centro será instalado em um novo condomínio industrial de 66 mil metros quadrados. O início das operações será em 2015.

Nos próximos 10 anos a Renault vai investir R$ 240 milhões no espaço que terá capacidade para movimentar cerca de 200 carretas por mês. O novo centro vai atender toda a rede de concessionárias da marca no País e realizará também as exportações de peças e componentes para o México, Argentina, Chile, América Central, Colômbia, Venezuela, Uruguai, Paraguai, Peru, África do Sul e França.

O ambiente favorável para investimentos nos últimos dois anos colocaram o Paraná entre os primeiros colocados no ranking South American States of The Future 2014/2015 (Estados Sul-Americanos do Futuro), publicado nesta semana pelo jornal britânico Financial Times. O estudo – coordenado por uma das mais respeitadas publicações econômicas de todo o mundo – indica os melhores locais para as empresas e investidores aplicarem seus negócios nos próximos anos.

Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB do Paraná e líder do governo na Assembleia Legislativa.