Ano após ano, o número de doações e transplantes cresce no Paraná. O Estado é o 2º em números absolutos de procedimentos (atrás de SP) e tem o 2º melhor desempenho do país na doação de órgãos (depois de SC). Em 2017, o aumento de transplantes de órgãos de doadores falecidos foi de 12%, chegando a 808. Destes, 244 ou 30,2% foram feitos pelo SUS no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na RMC. As informações são de Bruno Brugnolo no Metro/Curitiba
Referência na área, o hospital vai começar a fazer neste ano o transplante pulmonar. “É o único ainda não ofertado no Estado. Já existem pessoas inscritas, é questão de acontecer a doação e o transplante”, disse o médico responsável
pela Central de Transplantes do hospital, João Nicoluzzi. Hoje, RS e SP concentram este procedimento, o menos desenvolvido no Brasil.
Para Nicoluzzi, o mérito do aumento de transplantes no Paraná é do trabalho da Central de Transplantes, que vem fazendo a conscientização dos hospitais onde estão os doadores, em ambientes de UTI – que acontece em
Curitiba, Cascavel, Londrina e Maringá. “Antes de 2011 raros hospitais faziam abordagens, apenas quem já tinha a cultura. Saímos das últimas posições do país para a 2ª, com 39 doadores efetivos por milhão de habitante – a Espanha, com 40, é a líder mundial, por exemplo”, declarou.
Apesar da evolução, ele reconhece que a desinformação ainda é a maior causa da recusa das famílias na hora de doar – representou mais de 1/3 das não doações em 2017.
Ao todo, dos quase dois mil procedimentos incluindo transplantes de tecidos e intervivos, o Caron fez 303, sendo 44% dos de coração, 50% de fígado/rim e 94% de pâncreas/rim, estes dois últimos duplos, de alta complexidade Em 2015, Renata Caetano, 29 anos, de Joinville-SC, foi uma das que fizeram o transplante de pâncreas/rim para diabéticos com problemas renais, no Angelina Caron.
“Eu desconhecia o transplante há cinco, seis anos, até que nos indicaram o hospital. Eu já podia fazer o transplante de pâncreas, mas minha função renal estava piorando e o médico indicou aguardar para fazer o duplo. Foram quatro meses de espera depois que entrei na fila. O pâncreas acabou não reagindo e precisei tirar, mas o rim funciona bem até hoje”, conta ela, que sem a produção de insulina segue precisando controlar a glicemia, mas vive normalmente.
A irmã gêmea de Renata, Rafaela, fez o mesmo transplante dois anos antes, teve complicações e chegou a entrar em coma, mas teve os órgãos aceitos pelo corpo.
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