O Paraná é um dos estados brasileiros que mais se beneficiaram da linha de crédito de apoio a micro e pequena empresas criado no ano passado pelo BNDES. Dos R$ 115 milhões investidos, R$ 21 milhões (18%) foram destinados a 15 empresas paranaenses. Segundo o BNDES, o bom desempenho do programa se deve à parceira com o BRDE, agente financeiro responsável pelo maior número de operações no ano passado. Neste ano, a proposta é ampliar a rede de agentes financeiros operando com a linha. As informações são da Folha de Londrina.
Com dinheiro barato e prazo longo de pagamento, de até 10 anos, o programa atende até médias empresas com faturamento até R$ 90 milhões, que sejam consideradas inovadoras, segundo critérios do BNDES.
Mesmo tendo mais que dobrado, de 4% para 9,5% ao ano, a taxa de juros do programa é ainda bem atraente na comparação com outras, segundo a Fiep, que é o posto de informações para programas do BNDES no Estado. “Nosso papel é orientar o empresário que quer investir. O programa é muito bom, com juros baixos”, afirma João Baptista de Lima Guimarães, analista de fomento da Fiep. A entidade, segundo ele, orienta empresas de qualquer segmento. Mas, no caso das indústrias, também acompanha o processo de obtenção do financiamento.
A Forlogic, empresa desenvolvedora de software de Cornélio Procópio, foi uma das beneficiadas pelo programa. Para a construção de sua nova sede, a empresa obteve R$ 750 mil em financiamento e vai investir outros R$ 150 mil como contrapartida. “Atualmente estamos em um local alugado, que nos limita de várias maneiras”, afirma o diretor Executivo, Jeison Arenhart De Bastiani.
Criada há 11 anos, a empresa conseguiu uma carência de 18 meses para começar a pagar o financiamento em 120 parcelas, com juros de 4% ao ano. A taxa subsidiada foi o que estimulou o empresário a construir a nova sede. “Foi fator decisivo para que optássemos por construir. Nós sabíamos que os juros poderiam subir por conta da conjuntura. O momento era único e nós corremos para pegar o financiamento. E deu certo”, conta.
O atual cenário econômico do País não amedronta o empreendedor. “Sabemos que estamos acelerando em um tempo em que muitos estão freando, mas acreditamos no potencial do nosso time, e de empresas que acreditam em inovação, qualidade e excelência que é com o que trabalhamos”, declara.
A plataforma Qualiex, desenvolvida pela empresa, foi selecionada em vários editais de inovação, entre eles o do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Só isso já a classifica como inovadora pelos critérios do BNDES.
Outra beneficiada é a Angelus Indústria de Produtos Odontológicos, de Londrina. No ano passado, ainda com juros de 4% ao ano, a empresa tomou R$ 2,7 milhões do programa para desenvolver novos projetos. Segundo o contoller, Paulo Calixto, os riscos são muito grandes para quem atua em inovação. “Às vezes o produto no qual se está trabalhando nem vai para o mercado. O País precisa dividir esse risco com a empresa”, defende.
Ele conta que o processo para obter o financiamento durou cerca de quatro meses, desde a primeira consulta ao BRDE. “Mas isso é porque já temos alguma bagagem em obter financiamento. Temos todo uma documentação preparada. Quem vai começar do zero leva uns 10 meses”, declara.
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