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PARAGUAIOS TEMEM QUE MILITARES INVADAM O PAÍS

Tal como em ocasiões anteriores, nas quais as Forças Armadas brasileiras realizaram exercícios de treinamento nas imediações da fronteira com o Paraguai, jornalistas do país vizinho, com pouco ou nulo conhecimento da língua portuguesa, lançam pesadas especulações a respeito.

È que reporta Guilherme Dreyer Wojciechowski no www.sopaparaguaia.com, leia a integra da matéria em reportagens.

PARAGUAIOS TEMEM QUE MILITARES INVADAM O PAÍS

PARAGUAIOS TEMEM QUE MILITARES INVADAM O PAÍS

Tal como em ocasiões anteriores, nas quais as Forças Armadas brasileiras realizaram exercícios de treinamento nas imediações da fronteira com o Paraguai, jornalistas do país vizinho, com pouco ou nulo conhecimento da língua portuguesa, lançam pesadas especulações a respeito.

O principal dos rumores, difundido com fundos de verdade em programas jornalísticos de inúmeras emissoras de rádio de Ciudad del Este, dá conta de que a mobilização brasileira ocorre em virtude dos constantes ataques dos sem-terras aos agricultores brasileiros que possuem fazendas no Paraguai.

Dessa forma, em caso de novos incidentes, o Brasil invadiria o país para resguardar a segurança de seus cidadãos, havendo, para tanto, uma espécie de linha imaginária que demarcaria os limites da presença militar brasileira em solo paraguaio, englobando municípios como Santa Rita, San Alberto e Naranjal.

Além de proteger os brasiguaios, a invasão serviria para empurrar o Exército paraguaio para longe da usina e do lago de Itaipu e legitimar a “propriedade brasileira” sobre a usina binacional antes da posse do presidente eleito Fernando Lugo, partidário da renegociação do Tratado de Itaipu.

Na imprensa escrita, felizmente, o tom dos comunicadores é mais comedido, com o tradicionalmente nacionalista jornal ABC Color adotando postura prudente a respeito, embora seus correspondentes na fronteira sejam exímios criadores de factóides a respeito das ações e operações brasileiras.

“O Brasil prepara uma ‘operação de guerra’ em sua fronteira com o Paraguai. É para combater as atividades ilegais como o contrabando e o tráfico de drogas e armas […] Os militares simularão a defesa de pontos estratégicos, entre eles, a represa de Itaipu”, especula o ABC.

O argumento é reforçado pelo Diário Vanguardia, de Ciudad del Este, cujos editores são, também, os autores das matérias publicadas pelo jornal da capital. “Os militares também ocuparão lugares considerados estratégicos nesta região fronteiriça, como a usina da binacional”, descreve.

Deve-se ressaltar, no entanto, que não há qualquer anúncio oficial de que exercícios de treinamento, envolvendo a defesa da usina de Itaipu, estejam previstos no cronograma de atividades. Mesmo assim, o Vanguardia insiste em sua abordagem.

“Esta é a terceira vez, nos últimos doze meses, que o Brasil realiza este tipo de mobilização de suas Forças Armadas na fronteira com o Paraguai e, em especial, simulando a defesa da represa que é de domínio binacional”, martela o jornal esteño.

“O comércio desta capital departamental será afetado negativamente pela operação […] Agências de viagem de Foz do Iguaçu informaram que muitas excursões de sacoleiros, previstas para a próxima semana, foram canceladas”, pontualiza o Vanguardia.