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Para prevenir assaltos, policiais visitam comércios de 28 bairros de Curitiba

Na tentativa de conter assaltos aos comércios de Curitiba, a Polícia Militar tem visitado empresas diariamente e instalado módulos móveis em pontos estratégicos da capital. A ação abrange 28 bairros e já abordou cerca de 800 estabelecimentos entre janeiro e julho deste ano por meio da Polícia Comunitária. A equipe – que integra a PM do Paraná – passa por diferentes bairros a cada semana com o objetivo de aproximar os policiais da população. As informações são de Raquel Derevecki na Gazeta do Povo.

De acordo com a tenente Thaislainy Pereira Scolaro, porta-voz do 12.º Batalhão da PM, em cada abordagem o comerciante pode contar suas preocupações e denunciar crimes que estejam ocorrendo nos arredores da empresa. “Nós aliamos essas informações às estatísticas que mantemos de cada localidade, e assim, conseguimos aplicar o policiamento nos locais que precisam”, explicou.

Um dos bairros visitados é o Centro. Ali, um módulo da Polícia Militar permanece estacionado na Praça Tiradentes durante a manhã e uma equipe visita estabelecimentos comerciais do entorno e conversa com pedestres no período da tarde. “Percebemos uma queda de 60% no índice de furtos desde o início desse atendimento”, afirmou Criomar Farias, de 50 anos, gerente da loja Kilouça. Ele afirma que toda semana era vítima de ladrões. “Eles entravam na loja para furtar alguns produtos e chegaram até a levar minha moto, que estava estacionada na frente da empresa”, lamentou. No entanto, a frequência de crimes diminuiu nos últimos 30 dias. “Os policiais vieram conversar conosco com uma abordagem bem interessante falando que, se precisássemos de algo, eles estariam ali. E a presença do módulo realmente ajudou”, comentou.

A proximidade com os policiais também possibilitou o atendimento mais ágil em casos de necessidade. Na manhã desta segunda-feira (23), por exemplo, uma farmácia do entorno da Praça Tiradentes foi assaltada no momento em que a equipe de reportagem da Gazeta do Povo conversava com os funcionários. “Foi tudo muito rápido. O homem entrou, insinuou que tinha uma arma ou uma faca embaixo do casaco e limpou nossos três caixas”, descreveu a colaboradora que cuidava dos caixas no momento da ação. O assaltante não a machucou e nem abordou nenhum cliente. “Ele pegou o dinheiro e fugiu em direção à Rua XV de Novembro”, disse a atendente. Logo após a fuga, ela correu até o módulo móvel localizado na área central da praça e solicitou o auxílio de um policial, que a acompanhou até a farmácia e iniciou as diligências para localizar o suspeito. “Sempre que eles prendem alguém, trazem a foto para nos mostrar. Espero que logo venham com a imagem desse também”, disse.

Pedestres

Além da aproximação com os comerciantes, o trabalho da Polícia Comunitária também envolve um contato maior com pedestres, o que traz uma sensação de alívio a curitibanos como Felipe de Carvalho, de 26 anos. Funcionário de uma loja do Centro, ele precisa caminhar diariamente pela região no início da manhã e no fim da tarde, justamente nos horários em que há maior incidência de crimes. “Já fui assaltado duas vezes aqui, e o pior é que encontro direto os assaltantes caminhando pela Praça Tiradentes”, afirmou, revoltado.

Segundo a tenente Thaislainy, a equipe da Polícia Comunitária tem abordado centenas de pedestres como ele, para que informações como essas cheguem à corporação. “Nós perguntamos quais são as necessidades de segurança que eles percebem na região e orientamos a realizarem denúncias pelo telefone 190, da Polícia Militar”.

Mas não é necessário aguardar ser abordado na rua ou no comércio para denunciar um crime. Segundo a tenente, em qualquer momento é possível entrar em contato pelo 190 e procurar a delegacia mais próxima para registrar um Boletim de Ocorrência. “Isso é muito importante para que tenhamos dados a respeito dos bairros com maior incidência de delitos. E é a maneira de o cidadão de bem contribuir para um serviço de segurança pública adequado”.