A Polícia Federal investiga a ligação entre a compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, nos EUA, e o esquema de lavagem de dinheiro desbaratado pela Operação Lava Jato, que também envolve suspeitas referentes às obras na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Os investigadores citam a existência de uma possível “organização criminosa” que estaria atuando “no seio” da estatal de petróleo. As informações são do Estadão.
Os dois casos têm um personagem em comum: o ex-diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, que ficou no cargo entre os anos de 2004 e 2012. Costa havia sido preso na Lava Jato, mas foi libertado na segunda-feira.
A compra de Pasadena, iniciada em 2006 com a aquisição de 50% da refinaria de uma empresa belga, a Astra Oil, é cercada de polêmica em razão do preço pago pela Petrobras. Após o negócio ser fechado, a estatal brasileira indicou um integrante para representá-la no conselho de proprietários. Esse representante era Costa.
Após um litígio envolvendo questões contratuais, a Petrobras acabou desembolsando mais de R$ 1,2 bilhão pela compra de 100% da refinaria. A PF suspeita que as operações envolvendo a unidade nos EUA tenham sido usadas para pagamento de propinas e “abastecimento de grupos” que atuavam na estatal.
É em um ofício enviado em 22 de abril ao juiz federal Sérgio Moro, do Paraná, que o delegado Caio Costa Duarte, da Divisão de Repressão a Crimes Financeiros em Brasília, cita a existência de “uma organização criminosa no seio” da estatal, que atuaria desviando recursos. Duarte pede o compartilhamento de provas da Operação Lava Jato. Segundo o ofício, o “empréstimo” das provas e do material apreendido na Lava Jato seria de “grande valia” para a condução do inquérito sobre Pasadena.
“A citada refinaria teria sido comprada por valores vultosos, em dissonância com o mercado internacional, o que reforça a possibilidade de desvio de parte dos recursos para pagamento de propinas e abastecimento de grupos criminosos envolvidos no ramo petroleiro”, descreve o delegado. O documento da PF foi lido ontem na Câmara pelo deputado Fernando Francischini (SDD-PR).
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