por Rafael Greca
Sorrateiro e ardiloso, o Gato de Pensão ocupa, despercebidamente, vários espaços. De pensão em pensão, de quarto em quatro, de prato em prato, alimenta-se dos restos dos outros. Astucioso segue de casa em casa, sem paradeiro, sem rumo, nem direção. Transita pela conveniência orientado pela própria fome e vontades intestinais. Dessa forma ele, o Gato de Pensão sobrevive, sempre viçoso, sadio, ativo e cativo, de lugar em lugar, cativando a vizinhança com seu jeito “manso” ancorado num pseudo moralismo.
Na política, os Gatos ou o Gato de Pensão tentam, a qualquer custo, sobressaírem-se. Passam de partido em partido, de coligação a coligação, de “ideologia” a “ideologia”, de ataque para alianças e de verdades absolutas para mentiras obscenas. Em Curitiba, um Gatão de Pensão Burguesa tenta, a qualquer custo e a qualquer preço, sob as égides da Elite Conservadora e dita Tradicional avançar no cenário político. Vende a alma se preciso for para alimentar-se, nutrir-se. Compõe com Deus e com o Diabo, caso seja necessário. Astuto como ninguém, trabalha com a contrainformação, com a desonestidade e com a ilusão, em contradição ao próprio discurso antes proferido.
A diferença é que o Gato de Pensão da Política alimenta-se pelo poder e não por uma simples tigela de leite desnatado. Para o Gatão de Pensão Burguesa, no entanto, o poder, a influência política e os interesses econômicos, alheios à história de Curitiba, do Paraná e do Brasil, são os alimentos do ego e do corpo franzino apenas para enganar. Por isso, gente, atente-se aos Gatos ou ao Gato de Pensão da política em Curitiba, pois correm o risco dele invadir suas casas só para roubar, de forma sorrateira, uma tigelinha de leite das suas crianças.
Como a disputa de segundo turno é entre dois, apenas, colaboro para melhor reflexão dos leitores colando texto que o ex-prefeito escreveu no 1º turno, quando ele também disputava a eleição:
O RATO E O FLAUTISTA
de Rafael Valdomiro Greca de Macedo
Curitiba sofre pela infestação de ratos. Uma invasão sem prévias na história. Os ratos saem dos “anais” políticos, do bueiro das pesquisas eleitorais, do esgoto das instituições do Legislativo e do Executivo Ordinário, da “Massa” circense que se apresenta com retórica nada inovadora, sustentada pela repetição transfigurada da era Collor.
Os ratos invadiram a cidade. Tomam banho como porcos no lamaçal de cachoeira Delta, numa linha alviverde de trânsito, estagnada pela falta de planejamento, pelos excessos de motoristas revoltados e pelos recursos destinados para outros fins impróprios.
Os ratos da miscigenada Curitiba são alimentados pelo dinheiro dos impostos, por coligações espúrias e por empresários “pedagiados” no Paraná.
Sedentos para roer a cidade como um queijo suíço vomitam programas eleitorais tecnicamente perfeitos na forma, mas vazios de ideologia, de conteúdo substancial e de propostas práticas.
Trabalham sorrateiramente poluindo o visual da cidade com publicidade exacerbada, propagandas psicodélicas, coloridas, quase infantis e retratos produzidos em estúdios fotográficos. Os ratos passeiam pela cidade em cima de cavaletes políticos.
Meus caros, Curitiba virou um circo de ratos e falsos Chacrinhas. Eleitores curitibanos: não vamos entregar a cidade aos ratos e à imundice econômica que os alimenta com contratos vitalícios de terceirização dos espaços públicos e de acordos ilícitos que leiloam a nossa amada Curitiba na Bolsa de Valores de São Paulo.
Chamemos, urgentemente, Flautista de Hamelin para hipnotizar esses roedores e espantá-los para longe dos limites de Curitiba e do Brasil.
gostei muito do texto metafórico comparando o político sorrateiro ao gato de pensão, que cabe como uma luva no próprio autor, Sr. Rafael Greca.