do blog de Josias de Souza
Costuma-se dizer que o crime não compensa. Bobagem. Experimente perguntar a advogados e juízes, a fabricantes de cofres e de porteiros eletrônicos.
Deve-se aos ladrões a abertura de mais um nicho de mercado. Vêm aí os caixas eletrônicos ultramodernos, com aparência de ficção científica.
Um, desenvolvido pela empresa Diebold Inc., utilizará a chamada computação “em nuvem”. Os dados do cliente serão armazenados remotamente. Longe da máquina. A salvo de clonagens.
Outro, da NCR Corp., identifica os usuários lendo-lhes o desenho dos sulcos das mãos. Dispensam-se os cartões. Um terceiro, da Itautec S.A., responderá aos gestos do cliente.
O sujeito fará as operações sem tocar na máquina, que será mantida atrás de um vidro à prova de balas e, supostamente, imune aos ataques da bandidagem.
Segundo a Febraban, federação dos bancos, um caixa eletrônico guarda entre R$ 100 mil e R$ 150 mil. Assaltando-o, o ladrão pode obter mais dinheiro do que se roubasse uma agência bancária.
Em 2011, havia no mundo algo como 2,4 milhões de caixas eletrônicos em operação. Estima-se que serão 3,2 milhões até 2016. A substituição desse maquinário não é algo trivial.
Uma dúvida assalta o mercado: num instante em que se esforçam para cortar custos, as casas bancárias se animarão a investir na aquisição dos caixas ultramodernos?
Como almoço grátis é coisa por inventar, é razoável supor que, se prosperar, o negócio será convertido num custo que vai morrer no bolso da clientela.
Como se sabe, há dois tipos clássicos de assalto a banco. De fora pra dentro e de dentro pra fora. Os caixas eletrônicos da nova Era tendem a vitaminar o roubo do segundo tipo.
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