Um grupo de pais de alunos da rede estadual de ensino formalizou uma reclamação contra a greve de professores no Paraná, que já dura 16 dias. Ana Paula Machuca Marcon, moradora de Curitiba, reuniu dez pais e encaminhou um requerimento na Secretaria da Educação pedindo o retorno imediato das aulas nas escolas estaduais.
O documento foi protocolado no dia 6 de maio. Todos os pais que assinam o requerimento têm filhos que estudam no Colégio Estadual Dona Branca do Nascimento Miranda, no bairro Tingui, em Curitiba. Esta é a segunda greve de professores neste ano, a primeira durou 29 dias e foi encerrada em março.
“O que percebemos é que os professores estão sendo usados como massa de manobra do sindicato. O debate político é sempre válido, mas não dessa forma como está sendo feito. Essa greve está sendo totalmente política, nenhuma reivindicação dos professores é em prol da melhoria da qualidade da educação”, disse Ana Paula, que tem uma filha no 2º ano do Ensino Médio.
Ana Paula trabalha há 20 anos na área da Educação e tem uma pré-escola particular. “A nossa ideia é levar esse movimento contra a greve para as ruas. Não temos nenhuma queixa quanto à qualidade do ensino no colégio. Minha filha mais velha estudou lá e passou em quatro vestibulares. Mas a pauta vem mudando ao longo da greve. Isso parece uma chantagem, quando o governo atende alguma reivindicação o sindicato pede outra coisa. Os alunos estão sendo muito prejudicados, isso é um absurdo”, explicou Ana Paula.
Os pais que assinam o requerimento estão preocupados com a prorrogação da greve. Para Sandra Agner, mãe da aluna Beatriz do 7º ano, quanto mais se prolongar o movimento mais difícil será a reposição de aulas. “Acredito que a greve está durando muito e o tempo para reposição das aulas vai ser curto. Essa é a nossa maior preocupação. Minha filha está desmotivada”, disse Sandra.
A mãe comentou que os estudantes tiveram pouco conteúdo até agora e calcula que os dias letivos de 2015 já são menos que os dias de greve. “Chegou o momento de os professores pensarem nos alunos, pelo amor à profissão. Está na hora de voltarem para sala de aula e deixarem que o sindicato que os representa brigue pelas reivindicações da categoria”, afirmou Sandra.
Ana Claudia Lopes, mãe do estudante Renan Lopes de 12 anos, tem a mesma preocupação. “As escolas particulares não aceitam mais transferências, porque os alunos não vão conseguir acompanhar o ritmo da nova turma. Peço para os professores pensarem nos alunos e retornarem o mais rápido o possível para as aulas”, afirmou Ana Claudia.
O estudante Renan Lopes sente falta da rotina escolar. “Sinto falta das aulas e dos meus amigos e estou perdendo conteúdo. Estudar em casa, sozinho, é mais difícil, na aula o professor me explica o conteúdo. Por mim eu voltaria hoje mesmo para a escola”, disse o aluno Renan Lopes.
O mesmo grupo de pais marcou uma reunião no sindicato que representa os professores para discutir o assunto. Na próxima semana está agendado um encontro na sede do sindicato para os pais apresentarem os argumentos para os dirigentes sindicais.
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