Uma família desesperada procurou a Banda B na noite desta quarta-feira (17) depois de receber a notícia que Davi Ambrósio da Silva, de 44 anos, teve uma parada cardiorrespiratória e morreu dentro da Unidade de Pronto Atendimento do Centenário (UPA), no bairro Cajuru. Portador de esquizofrenia, Silva estava internado desde sábado (13) na UPA, aguardando vaga para ser transferido para um Hospital Psiquiátrico. Durante o início da tarde de ontem, a Banda B havia ouvido a família e entrado em contato com a Prefeitura de Curitiba, questionando por qual razão a transferência ainda não havia sido feita, mas o paciente continuou na mesma situação. As informações são da Banda B.
O irmão da vítima, Isaías Ambrosio da Silva, de 50 anos, contou o sofrimento pelo qual o irmão passou. “Diziam para a gente que estavam aguardando vaga. Ficamos dias inteiros aqui e nós insistíamos com os médicos. Falávamos que o caso dele era psiquiátrico, mas não tomaram providências, deixaram meu irmão morrer”, descreveu à Banda B.
Segundo Isaías, o irmão já tinha sofrido uma parada cardiorrespiratória na noite anterior. “Teve parada ontem e hoje aconteceu de novo. Para mim, mataram meu irmão. Vocês sabem, porque já tinham nos ajudado pedindo a transferência”, lamentou o irmão, que também contou que teve que dar banho em Silva. “Não deram nem banho nele, fui eu que tive que dar. Meu irmão foi assassinado por esse sistema. Ninguém conseguiu explicar porque ele teve a parada”, disse.
A sobrinha do paciente, Helen da Silva, desabafou dizendo que o tio foi mal cuidado na UPA. “Tenho vídeos que mostram que meu tio foi mal cuidado. Ele estava amarrado na cama”, garantiu.
A Banda B, novamente, entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Curitiba na manhã desta quinta-feira (18) e aguarda retorno sobre o tratamento dado ao paciente durante os 4 dias que permaneceu internado na UPA.
Outro caso
No dia 23 de junho de 2015, uma mulher de 37 anos morreu na porta da Unidade de Pronto-Atendimento do Fazendinha, após passar três horas à espera de uma consulta de emergência. Maria da Luz das Chagas dos Santos sentia dores fortes no peito e na nuca e, já teria ido pela segunda vez na UPA em menos de uma semana. Segundo a família, uma profissional da saúde teria dito a ela: “A senhora sente e espere porque ainda tem 50 pacientes na sua frente”. Maria da Luz se sentou, mas não conseguiu esperar. Dois meses depois, apenas um enfermeiro com 23 anos de profissão foi indiciado por negligência.
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