Romanelli classificou a cobrança da taxa de outorga da Compagas, de R$ 508 milhões, como “um desserviço para a competitividade da indústria paranaense”. Fiep também reclamou
O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) alertou nesta quarta-feira (23) para a necessidade do Governo do Estado reavaliar o modelo proposto para a prorrogação da concessão da Compagas por mais 30 anos. Romanelli afirma que a cobrança de uma taxa de outorga de R$ 508 milhões vai impactar nas tarifas e afetar ainda mais a competitividade das indústrias paranaenses que utilizam o gás natural.
Romanelli classificou a cobrança da taxa de outorga da Compagas como “um desserviço para a competitividade da indústria paranaense”, com efeito direto sobre a economia do Estado. “Deveríamos ter uma redução dos preços. Se não tivermos uma modelagem correta vamos perder mais empresas para Santa Catarina e São Paulo, onde as tarifas são menores. O risco é muito grande”, destacou.
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“O momento é do Estado reavaliar o posicionamento. Porque o que está em jogo é o preço do gás natural para os próximos 30 anos, insumo essencial para gerar empregos e movimentar a atividade econômica no Paraná”, disse o deputado durante a sessão na Assembleia Legislativa.
Fiep também reclama
Embora defenda um novo modelo de concessão da Compagas, a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) destacou que é essencial que o novo modelo garanta tarifas próximas às praticadas em estados vizinhos, ampliando a competitividade do setor, que hoje paga um dos valores mais elevados do país. A outorga prejudicaria uma redução.
“Hoje, em Santa Catarina, a margem de distribuição é de R$ 0,47 (por metro cúbico de gás), no Rio Grande do Sul é R$ 0,51 e, no Paraná, já considerando o reajuste que está vindo agora no mês de fevereiro, deveremos ficar em torno de R$ 0,95”, disse o gerente de Assuntos Estratégicos da Fiep, João Arthur Mohr.
Para a FIEP, atual contrato de concessão mantém taxas de retorno financeiro à companhia e aos acionistas muito acima das praticadas pelo mercado.
Privatização da Compagas
Na avaliação de deputados, a estratégia do governo pode ser um prelúdio sobre uma possível privatização da Compagas. Empresa de economia mista, tem como acionista majoritária a Copel, com 51% das ações, a Gaspetro, com 24,5% e a Mitsui Gás e Energia do Brasil, com 24,5%.
Isso vai de encontro com notícia do jornal Valor Econômico do ano passado, segundo a qual a Copel estaria avançando com plano de desinvestimento, com a venda da Compagás.
Audiência Pública
O Governo do Estado realizou na terça-feira uma audiência pública para apresentar e debater com o setor produtivo paranaense a renovação da concessão Compagas e a nova modelagem do contrato. Além da taxa de outorga, foram discutidos outros itens que impactam diretamente nas tarifas como a remuneração do investidor, tributos, o plano de investimentos e a taxa de serviços.

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