Do blog de Josias de Souza, na Folha Online:
Pesquisa do Ibope divulgada neste sábado (2) exibe um quadro de absoluta indefinição na disputa pelo governo do Paraná.
Antes favorito, Beto Richa (PSDB) foi alcançado por Osmar Dias (PDT). Os dois estão agora rigorosamente empatados: 45%.
Na sondagem anterior, de 9 de setembro, a vantagem de Beto (47%) sobre Osmar (38%) somava nove pontos percentuais.
Entende-se agora o motivo que levarou o tucano a erigir um dique judicial para conter a divulgação de pesquisas no Paraná.
Munido de pesquisas próprias, Beto soube com antecedência que o rival subia. E achou melhor sonegar a informação do eleitor.
O custo foi alto: Beto empurrou para dentro de sua biografia a pecha de censor. Brecou o Ibope, o Vox Populi e o Datafolha.
O benefício foi irrelevante: liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do TSE, abriu uma fenda na represa, autorizando a divulgação dos dados do Ibope.
Numa conta que considera apenas os votos válidos, Beto e Osmar escalam os 49%. Mantido esse cenário, a disputa vai ao segundo turno.
Mas basta que um fio de bigode se mova para que a coisa se defina já. Para prevalecer no domingo, basta que um dos dois belisque 50% mais um voto.
Certos candidatos, quando assediados por pesquisas adversas, costumam menosprezar a inteligência do eleitor.
Imaginam que o voto indeciso –5% no caso do Paraná— tende a migrar para o postulante que está em alta na pesquisa. Tolice.
O eleitorado paranaense, por esclarecido, não parece afeito à ideia de converter a eleição numa partida de futebol. Guia-se por critérios objetivos.
Um pedaço desse eleitorado pode desenvolver, por exemplo, uma aversão à perspectiva de acomodar na cadeira de governador um político afeito à censura.
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