O senador Osmar Dias não quer mais saber do lado "paz e amor" nas tratativas para viabilizar sua pré-candidatura pelo PDT ao Governo do Estado. Em cinco posts agora pouco no twitter, Osmar mirou certeiro nos privatistas que bancaram o negócio do século para o banco Itaú. E quem seriam eles? Ninguém menos que os tucanos do Paraná, que entregaram o Banestado (Banco do Estado do Paraná), que até hoje rende pesadas multas aos paranaenses.
"Quem votou pela privatização do Banestado também cometeu uma agressão ao povo do Paraná", afirmou Osmar. Na época, em outubro de 2000, o governo era Jaime Lerner (DEM) tendo como líder na Assembleia o atual presidente do PSDB-PR, Valdir Rossoni. O prefeito de Curitiba Beto Richa integrava a bancada de sustentação de Lerner na Casa.
"Um negócio muito mal feito. Quem vendeu o Banco do Estado do Paraná praticou um crime contra os paranaenses", cravou Osmar. Ora, o pedetista tem sim seus motivos para descarregar sua bílis na venda do Banestado. Beto Richa, que segundo Osmar assumiu o compromisso de apoiá-lo em 2010, votou pela venda.
Inclusive, em um dos debates na eleição de 2004, Beto Richa afirmou, em resposta à uma provocação do petista Ângelo Vanhoni, com quem disputava a prefeitura, que votou pela venda porque "o banco estava quebrado". "O pior é que a privatização do Banestado resultou numa dívida que terá que ser paga pelos próximos 29 anos pela população do Paraná".
"O Paraná recebeu R$ 5,5 bilhões pela venda do Banestado. Da dívida, já pagou R$ 7,5 bilhões e ainda deve R$ 9 bilhões. Somando o que já pagou com o que vai pagar são R$16 bilhões. Um péssimo negócio", concluiu o senador. E agora? Será que Osmar percebeu que não terá o apoio dos tucanos em outubro? Afinal, o que levou o senador a mexer na maior ferida deixada por Lerner, padrinho político de Beto Richa e Rossoni?