Após longa negociação, o ex-senador e pré-candidato ao governo Osmar Dias (PDT), desistiu da coligação com o MDB do senador e pré-candidato à reeleição, Roberto Requião. O principal entrave para o acordo foi a exigência do MDB de que a aliança incluísse uma chapa única de candidatos a deputado federal e estadual. Os candidatos do PDT e do Solidariedade – que também apoia Osmar – temiam perder vagas na Câmara Federal e Assembleia Legislativa para os emedebistas – que tem maior potencial de voto. Além disso, os aliados do pedetista também temiam que a pré-candidatura de Osmar fosse contaminada pela rejeição do eleitorado à Requião – principalmente no interior do Estado – por suas posições contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As informações são de Narley Resende no Bem Paraná.
Depois de sua desistência de uma aliança com o MDB do Paraná, presidido pelo senador Roberto Requião, o ex-senador Osmar Dias (PDT), pré-candidato ao governo do Estado, confirmou nesta terça-feira (31) que um dos problemas no acordo estava na coligação proporcional, dos pré-candidatos a deputados do PDT. Seus correligionários temiam que os emedebistas acabassem ficando com as vagas da chapa na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa, e enfraquecendo o partido.
Osmar também não gostou do ultimato feito por Requião para que ele desse uma resposta até o início da tarde de ontem sobre a proposta de aliança. “Como posso conversar com alguém que impõe um prazo, numa questão tão delicada?”, afirmou. Segundo ele, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi também demonstrou resistência à coligação, em razão do risco do partido eleger menos deputados federais. O número de parlamentares eleitos é o que determina a divisão dos recursos do fundo partidário, do fundo eleitoral e do tempo de cada legenda na propaganda de rádio e televisão. “Não posso sacrificar pessoas que estão comigo há 15, 16 anos, por uma pessoa que só pensa no próprio umbigo”, disse o pré-candidato.
Prejuízo
O pedetista lembrou da aliança que fez com o MDB em 2010 e elegeu Requião senador, mas que teria custado sua eleição ao governo. Na época, ele foi sondado pelo grupo do então governador e candidato à reeleição, Beto Richa (PSDB), adversário de Requião, para ser candidato ao Senado em coligação com os tucanos. “Se eu tivesse feito a aliança em 2010 talvez Requião não fosse senador hoje. E eu acabei muito prejudicado por aquela aliança. Fiz na época uma aliança que metade dos deputados do PMDB me apoiaram a e outra metade não. Eu sei o que essa aliança significa pra mim”, disse.
Osmar rebate a crítica de que estaria fazendo o jogo do grupo de Richa ao não aceitar o MDB em sua chapa. Ele garantiu que sempre fez oposição ao governo tucano e não irá mudar seu posicionamento. “Eu nunca estive com o governo (Beto Richa), nunca fingi estar na oposição. Sempre fui contra a antecipação da receita, contra a quebra do Paranaprevidência (…) Agora, para fazer oposição eu tenho que vencer a eleição”, afirma.
Vice e Senado
A vaga de vice na chapa de Osmar ainda não foi definida. Apenas o Solidariedade confirmou apoio à chapa do pedetista até agora. O ex-senador tem ligações com integrantes do Podemos, de seu irmão, senador Alvaro Dias, mas o partido ainda não confirmou apoio na chapa ao governo. “Eu apoio o Alvaro para presidente da República. O apoio do Podemos não depende de mim. São bem-vindos. Ainda estamos conversando, mas é difícil”, confirma Osmar.
O PDT ainda aposta em negociações com o PPS, presidido pelo deputado federal Rubens Bueno, e até mesmo com PSB, que até agora tem demonstrado esforço para se manter na chapa conjunta com PSDB, do governador Beto Richa, pré-candidato ao Senado, e PP, da governadora Cida Borghetti (PP), candidata à reeleição.
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