Os vícios da transição imposta
Carlos Molina
O MDB, que foi criado para ser o Partido regra dois da ditadura, a oposição confiável,com o desgaste natural sofrido pelo sistema pela imposição do regime de arbítrio, e dos golpes dentro do golpe, que faz o regime caminhar cada vez mais para a direita, o que leva a ocorrer as dissidências internas, que rumaram para a oposição dentro do MDB, entre eles o Ulisses Guimarães.
Havia sido extintos os reais Partidos de Oposição existentes, tais como o PTB, o PSB, PCB, PCdoB,etc.. O MDB acaba por abrigar a maioria dos ex-membros destes Partidos, assim tomando face própria e rumando mais a esquerda dentro do espectro ideológico.
Com o isolamento do regime militar o sistema recua, surgindo mais dissidências internamente, seu tecido organizativo centralizado começa a esgarçar, assim surgindo o grupo que pregava a "democratização lenta e gradual".
Nesta "transição" da ditadura para a "democracia" ocorreu um pacto, onde surge o PP, formado por ex-integrantes da ARENA e dissidentes da direita do MDB, grupo este que ao formar-se "assumiu o papel de construir a transição pacífica", acabou, por vontade da maioria da direção do MDB, composta de democratas liberais, por fundir-se ao mesmo, assim dando origem ao PMDB, o Partido da "transição".
Neste periodo muitos integrantes da esquerda do MDB acabam migrando para os novos Partidos, para o PT, para o PDT e para o PSB, mas uma boa parte da esquerda do MDB continua dentro do PMDB, sendo os principais responsáveis pelas lutas pelas "Diretas já", pela "Constituinte Livre e Soberana", etc., mas posteirormente acabam sendo derrotados internamente, prevalece a ida ao Colégio Eleitoral, imposto pela ditadura.
Sarney veio depois com a aliança do Tancredo, direita do PMDB, com segmentos da ditadura, o que levou a vitória desta composição no Colégio eleitoral, pondo fim a ditadura política, mas não a ditadura econômica da exclusão social.
Quanto ao democratas populares que restam no PMDB, Requião é o que junto a poucas outras lideranças fazem ainda a diferença interna, pois posicionado mais a esquerda do que o Lula, continua a defender a posições nacionalistas e polulares, pois o resto, os "senhores da governabilidade", continuam mantendo o mesmo jogo, oligarquico e patrimonialista.
Dentro do PT o processo não é diferente, pois hoje também passa por uma crise de identidade, tal qual aos outros Partidos que que com ele compõem a Frente governista, neste quadro político que mais parece um cipoal cheio de enroscos.
O Brasil necessita de reformas estruturais profundas, de romper com a triste história imposta historicamente pelas oligarquias!
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