Mesmo sendo fundador e uma das principais lideranças do PT, o ex-governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, está há tempos isolado no partido. Prova disso é sua opinião sobre o desfecho do “Mensalão. Em entrevista, Dutra disse considerar justa a condenação de José Genoino, José Dirceu e Delúbio Soares, os petistas presos na semana passada por determinação do STF.
“Funcionou o que deveria funcionar. O STF julgou e a Justiça determinou a prisão, cumpra-se a lei”, analisou. O discurso destoa de lideranças petistas, intelectuais de esquerda e de juristas.
Para Dutra, não houve cunho político na condenação e o desfecho do caso foi uma resposta aos processos de corrupção que, historicamente, permeiam a política nacional, independentemente de partidos.
“Há personalidades que fazem política por cima das instancias partidárias e seguem seus próprios atalhos. Respeito a biografia passada dessas figuras que lutaram contra a ditadura, mas (a corrupção) é uma conduta que não pode se ver como correta”, critica.
Ironicamente, Olívio Dutra, então ministro das Cidades de Lula, foi isolado por políticos fortes no governo, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, ainda antes do escândalo do mensalão vir à tona.