Obra Abandonada Preocupa Moradores de Foz
Por Guilherme Dreyer Wojciechowski – SopaBrasiguaia.com
O abandono na construção do “Portal da Foz”, obra projetada às margens da BR-277, durante o governo de Jaime Lerner (1995-2002), está tirando o sono de moradores do bairro Três Lagoas e da zona rural de Foz do Iguaçu, por servir de abrigo a usuários de drogas e delinqüentes.
O tema foi destacado em reportagem publicada pelo Jornal do Iguaçu no último dia 25. Chamada pelos moradores das proximidades, a equipe de reportagem pôde constatar o clima de medo e insegurança reinante no local, sendo obrigada a utilizar pseudônimos ao referir-se aos denunciantes.
Nesse sentido, a moradora Luciana Mendes relatou a ousadia dos marginais. “Um dia desses saí de casa com minha família, mas havia esquecido de pegar algumas coisas. Quando voltei, coisa de minutos, já tinham alguns meninos tentando arrombar uma janela”, disse.
Por tratar-se de uma zona rural, os marginais embrenham-se nas plantações para escapar à perseguição de moradores e policiais. De tanto ser furtada, porém, Luciana já é capaz de analisar, até mesmo, o modus operandi dos assaltantes.
“Eles normalmente estão sozinhos ou em dupla e quase sempre furtam quando não tem ninguém na casa, independente do horário. Quando a casa está com alguém, os roubos acontecem à noite. Os mesmos que assaltam vêm pedir comida ou água. Esses dias vieram pedir café da manhã e banha para fritar”, afirmou.
Roseli Farias, por sua vez, relata uma história ainda mais pitoresca. Ao ter sua bicicleta roubada, a mulher flagrou o marginal oferecendo-a, no dia seguinte, a seu vizinho pelo valor de R$ 5,00. “Tudo bem, é uma bicicleta, mas vender por R$ 5,00? Além disso, a bicicleta era minha”, lamentou.
Fernando da Silva, agricultor, conta que “esses dias, uma situação foi até engraçada, os ladrões roubaram uma loja de fogos na BR-227 e durante a noite queimaram todos. A Polícia encontrou apenas as caixas e os rojões usados no dia seguinte”.
A ação de policiais militares e guardas municipais é aprovada pelos moradores, que ressaltam a prontidão do atendimento aos chamados. O problema, porém, está no abandono da obra, utilizada como esconderijo e depósito para mercadorias roubadas.
“Não interessa se a obra é ou não do governo do Estado ou da Prefeitura, o que realmente importa é a nossa segurança e ela não vai melhorar enquanto não derem um jeito naquela obra abandonada”, queixou-se Roseli.
A última tentativa de retomada da construção do local, repassado à Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, ocorreu em agosto de 2007, com uma licitação que previa a concessão do terreno a uma empresa privada, para exploração de um novo porto seco no local.
O processo, vencido pela Estação Aduaneira do Interior Sul (EADI-SUL), que ofereceu o pagamento mensal de R$ 41.250,00 pelo direito de uso, foi anulado pela Câmara de Vereadores, que questionou a legalidade do repasse do imóvel a uma sociedade empresarial.
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