por Janio de Freitas, na Folha de S.Paulo
Marcar uma data em que os jornais de todo o mundo publiquem em suas primeiras páginas a charge que, há oito anos, dispôs o fanatismo a prometer a vingança ontem consumada em Paris –o que conviria é uma resposta deste gênero, em uníssono mundial, para demonstrar aos fanáticos que a sua violência pode tornar universal o que pretendem reprimir. Mas o que os governos preparam é o de sempre.
Três pessoas, apenas. E reduzem a lixo os bilhões de euros, bilhões de dólares e gigantescos dispositivos policiais-militares destinados a imobilizar o fanatismo terrorista. Nada mais estúpido do que os “serviços de inteligência”. Sob a inspiração da CIA, esses serviços, de nacionalidades incontáveis, coordenam-se mundo afora, com as mais indecentes violações dos direitos civis. Mas de repente passa-se a ver notícias de um exército enorme, muito bem equipado e treinado, conquistando em poucos dias vasta porção do Oriente Médio. E os tais serviços de inteligência e seus respectivos governantes surpreendem-se tanto quando nós com esse tal “Estado Islâmico”, que não sabem de onde vem, para onde quer ir e vai, nem conseguem detê-lo.
A história ensina que o mundo tem fases de imbecilização, variáveis no alcance e na vigência. Está em uma delas há décadas.
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