Dificilmente algum outro ano da vida de Eduardo Pimentel será tão agitado quanto 2016. Em 10 meses, houve notícias tristes, como a morte da mãe, e felizes, como o nascimento da segunda filha. Houve problemas de saúde – com uma cirurgia de emergência para tirar um aneurisma que se provaria genético; o pai precisou passar pelo mesmo procedimento logo a seguir. E houve a improvável eleição para o segundo cargo mais importante da cidade, aos 32 anos de idade.
Eduardo recebeu a bênção de Beto Richa, com quem trabalha há sete anos, e foi adotado pelo prefeito eleito, Rafael Greca – que só se refere a ele como o “melhor vice do mundo”. Embora rondasse a política há anos, Eduardo jamais tinha vencido uma eleição: a única que disputou, para deputado estadual, não o levou muito longe.
Neto do governador Paulo Pimentel, filho de Cláudio Slaviero, que presidiu a Associação Comercial do Paraná, Eduardo conta que desde cedo se interessou pela política. Fez curso de administração e MBA em agronegócios (sempre na Universidade Positivo), mas desde sempre pensava na vida pública. Começou a circular nos ambientes onde as coisas se decidiam. Levado pela mão do avô, começou a ser apresentado a um aqui, outro ali.
Encontro com Richa
Eduardo diz não lembrar o exato dia em que conheceu Beto Richa, mas certamente esse dia mudou sua vida. Em 2009, foi chamado pelo então prefeito para assumir uma direção na Fundação Cultural de Curitiba. De lá, foi promovido a diretor da Ceasa. No segundo mandato de Beto no governo, foi para a Casa Civil, como subchefe. De lá, conheceu prefeitos, deputados e aprendeu a fazer articulação política.
A participação na chapa de Greca surgiu quase do nada. Richa queria apoiar algum candidato e o PSDB não tinha muitos nomes. Eduardo Pimentel, bem aconselhado, saiu do cargo para não ficar inelegível. Fosse quem fosse o escolhido por Beto, ele seria oferecido para integrar a chapa. Greca fechou com Richa e aceitou o vice indicado. Começaram meses de correria.
“Só fui pegar minha filha quando ela já estava com três meses, depois da campanha”, brinca. Exageros à parte, como candidato ele saía de casa pouco depois das sete horas e voltava só no fim da noite. A mulher, Paula, ficava em casa com os dois filhos, com ajuda da sogra e, às vezes, de babás. Nem o hábito de correr no parque foi mantido. A lateral esquerda do time de futebol também ficou temporariamente desguarnecida.
Agora, eleito, Eduardo diz que vai agarrar com força a chance que lhe foi dada. Diz que está tranquilo para assumir interinamente, se for o caso. Mas não cansa de elogiar Greca, que conheceu às vésperas da campanha. Não nega que mais adiante possa tentar voos mais altos. “O sonho de todo homem que gosta de política é ser governador. Quem disser que não, está mentindo. Mas isso está muito longe. Por enquanto quero é ser um bom vice do Greca”, diz.
Deixe um comentário