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O PT está na UTI

Se alguém tinha alguma dúvida sobre o grau de insatisfação da população brasileira com o governo do PT, ela desaparece com a divulgação da nova pesquisa CNT/MDA. Ela mostra que popularidade da presidente desmoronou e, hoje, os conceitos de bom e ótimo de Dilma (31,3%) estão em empate técnico com os de ruim e péssimo (29,5%).

A importância da pesquisa CNT está no fato de que foi feita em julho (entre os dias 7 e 10) e consolida resultados da pesquisa Datafolha fechada em 27 de junho, no calor dos protestos que abalaram o país em junho.

O Datafolha já havia constatado um terremoto sobre a popularidade da presidente. A nova pesquisa adiciona um dado assustador para o PT A rejeição de Dilma é hoje de 44,7 %. Muito superior a de Lula no auge do escândalo do mensalão, a de FHC depois de desvalorizar o real e a de Collor depois de meter a mão na poupança dos brasileiros.

Trecho de artigo do deputado estadual Ademar Traiano (PSDB), líder do Governo na Assembleia Legislativa. Leia a íntegra clicando no (mais…)

A pesquisa CNT comprova que a desintegração da popularidade da presidente não foi um fenômeno circunstancial, mas uma mudança consistente no humor da opinião pública. A recuperação de Dilma é um processo muito difícil de ocorrer porque o estopim da insatisfação dos brasileiros foi a economia. E os indicadores econômicos são ruins e não tem perspectiva de melhorar em um horizonte previsível.

Até o emprego – único parâmetro, que vinha se sustentando em patamares positivos e elevados – entrou em refluxo e as previsões são pessimistas. O PIB de 2013 deve ser raquítico, a inflação tende a estourar o teto da meta, a produção industrial registra quedas seguidas, o desequilíbrio das contas do governo deve piorar porque é grande a tentação de gastar mais para tentar reverter o declínio no prestígio da presidente.

O cenário que se desenha para o final do mandato de Dilma Rousseff é sombrio. De favorita disparada para vencer a própria sucessão, a presidente se tornou uma candidata que terá de enfrentar um segundo turno duríssimo de resultados imprevisíveis.

A pesquisa revela ainda que maioria dos eleitores (84%) apoiou os protestos e repudiou a forma como a presidente reagiu às manifestações das ruas. A corrupção, que se tornou à marca registrada do PT a partir do julgamento do mensalão, foi citada pela maioria dos entrevistados como o grande motor da indignação popular que marcou as manifestações de junho.

A volta da inflação, materializada com os aumentos dos ônibus, o esvaziamento dos carrinhos de supermercados, reduziu a tolerância popular aos desmandos e escândalos do governo. A avaliação da gestão econômica mostra elevado grau de insatisfação. O percentual dos contentes com a condução da economia caiu de 49% para 27%.

O PT tenta aparentar tranquilidade olímpica perante essa enxurrada de más notícias. Tenta vender a ideia que, caso Dilma se torne inviável, existe sempre um Lula no banco de reservas, pronto para entrar em campo e virar o jogo. Lula realmente está por aí, disponível e sem conseguir esconder que gostaria muito de voltar.

Mas a verdade é que Lula enfrentaria uma campanha muito difícil, tendo de explicar os fracassos de Dilma a quem, boquirroto como sempre, recomendou com tanta ênfase na campanha de 2010, assegurando inclusive que ela era melhor que ele mesmo.

Não dá para ignorar que o clamor das ruas, que destruiu a popularidade de Dilma, também vai atingir Lula de forma devastadora. Afinal, há mais de dez anos, ele é o principal responsável por tudo o que está aí. É o homem do mensalão.

A população foi às ruas para protestar contra os fracassos administrativos de Dilma. Mas também bradou contra as heranças malditas de Lula, entre elas, a de tornar a corrupção a marca registrada do governo do PT.

Não é possível acreditar que manifestações, que tiveram o apoio de 84% da população brasileira, não terão consequências decisivas nas futuras eleições O povo cansou do que está aí, e o resultado é que o modelo do PT foi parar na UTI.