Quem pensa que o Requião está fazendo as contas dos votos que vai perder ou ganhar ao decidir entre Lula ou Alckmin ou, ainda, ao ficar em cima do muro, não conhece o governador do Paraná. Requião é capaz de jogar fora uma eleição para não engolir sapo. Ele é do tipo que apanha mas não leva desaforo para casa.
Contra todos os prognósticos, Requião vai decidir o apoio em troca de conquistas para o Paraná. É isto mesmo, e não é demagogia. O governo do Paraná teve uma relação conflituosa com o governo federal. Requião não recebeu o apoio que esperava de Lula no caso dos transgênicos, no Porto de Paranaguá, na guerra contra o pedágio, na febre aftosa, no rompimento do monopólio do Itaú, entre outros.
Desde o primeiro turno, Requião vem dizendo que quer conhecer a posição dos candidatos a presidente em relação a estes temas antes de definir apoio. É claro que já sabe o que Lula ou Alckmin pensam sobre estas questões. E o que cada um deles representa para o Paraná e para o Brasil.
Requião vai apoiar Lula, mas vai ouvir primeiro o presidente assumir compromissos com algumas das reivindicações nacionalistas do Governo do Paraná. Não será surpresa se o governo federal tomar uma medida concreta já, durante este segundo turno, ou nos dias seguintes às eleições.