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O paranaense tem pressa, diz Beto Richa

por Lina Hamdar
Jornal Metro

Em entrevista ao Metro, o governador do Paraná afirma que é bastante exigente com a sua equipe e que é cobrado nas ruas pela população. Por isso, deve fazer uma minirreforma no secretariado para o ano que vem

Finalizados os dois primeiros anos de mandato, o governador do Estado, Beto Richa, faz um balanço positivo dos resultados conquistados até aqui, fala do que planeja para 2013 e adianta que vai realizar algumas mudanças na equipe para buscar uma ‘sintonia fina’. Richa diz que a Copa do Mundo deixará um bom le gado para Curitiba e defende o uso do potencial construtivo como a maneira encon trada para cidade sediar os jogos do Mundial 2014.

Começa um ano novo, período novo. O que muda? Qual o ritmo que o senhor quer dar para o governo?
Beto Richa – Eu estou satisfeito com os resultados apresentados pelo governo. Foi o possível a fazer, resultados que nos colocam em várias áreas com avanços em primei ro lugar no Brasil, como na saúde, com o anúncio de maior redução de mor talidade materno-infantil do país e o maior da história do Estado do Paraná.

Ou seja, com as nossas ações e com os nossos investimentos, estamos salvando muitas vidas no Estado. Batemos um recorde histórico também no transporte de órgãos a serem transplantados. Ampliamos brutalmente usando o transporte aéreo do Estado, os aviões e os helicópteros à disposição inclusive para resgate de pessoas em situação de emergência.

Tenho que fazer alguns ajustes pequenos, as mudanças serão mínimas. Será uma minirreforma, porque eu estou satisfeito com os resultados, mas quero ainda mais uma sintonia fina. Eu sou muito exigente na cobrança à minha equipe de trabalho, porque eu também sou cobrado nas ruas. Os paranaenses têm pressa e eu tenho que dar o máximo de mim e cobrar o máximo da equipe para não decepcionar ninguém, para corresponder as expectativas de todas as pessoas.

Essa minirreforma inclui a mudança de secretários?
Sim, mudança de alguns secretários, mas pouca coisa, até porque como eu disse, estou satisfeito com o desempenho dos secretários, com o bons resultados que atingimos, mas em algum lugar ou outro eu preciso de um resultado ainda melhor.

O senhor fez um balanço positivo nesses dois anos, mas considera que falhou em algo?
Sempre tem algo a mais a fazer, sempre tem a vontade de fazer mais, sempre tem alguma coisa que você planeja e acaba sendo frustrado por falta de recursos. Mas eu vejo, na média geral, que os resultados foram muito bons. Posso dizer que acima das nossas expectativas, em função até da herança que recebemos, como dívidas para pagar, progressões de professores atrasadas.

Mas eu acho que os resultados foram muito bons, sim, e agora estou ainda mais animado e otimista para os próximos dois anos, com planejamento já feito, programas já elaborados e recursos com fontes já identificadas para os investimentos que queremos para frente.

Um exemplo é que já temos previstos R$ 12,5 bilhões para investir em infraestrutura e logística para os próximos dois anos, seja na Copel, Sanepar, Porto de Paranaguá, rodovias pavimentadas, estr das rurais e também quase R$ 1 bilhão para investir nos municípios em parceria com os prefeitos.

Sobre a realização da Copa do Mundo em Curitiba, como o governador vê essa polêmica a respeito do potencial construtivo?
Nós nos candidatamos para ser uma das sedes da Copa do Mundo. Já foi mais do que comprovado, o próprio ministro Aldo Rebelo quando esteve aqui na cidade apresentou os números de outras cidades que sediaram Copa do Mundo, e os

resultados financeiros que essas cidades, estados e países tiveram com geração de empregos, movimentação da economia, com a divulgação das cidades, estados e países para o resto do mundo. É o maior show de todo o planeta. Em função disso, nós nos candidatamos, vencemos a disputa com uma grande programação, um grande projeto. Eu acho que os benefícios são importantes, as obras todas que acontecem na capital e na região metropolitana são um legado para a cidade, nenhuma obra é supérflua, tudo está dentro do planejamento de necessidades da cidade de Curitiba.

O potencial construtivo foi a fórmula encontrada para que Curitiba pudesse sediar a Copa do Mundo, visto que a cidade não tem um estádio público, o estádio é particular. Isso é avalizado pelo Tribunal de Contas e pelo Ministério Público, sem problema algum. É um empréstimo do BNDES e da nossa Agência de Fomento.

O senhor chegou a receber o documento da diretoria do Coriti ba que classificou como imoral e ilegal essa questão do potencial construtivo?
O único estádio que se apresentou para sediar a Copa do Mundo foi o do Atlético. O Coritiba não se apresentou. Eu tentei vá rias vezes ajudar o Coritiba, identifiquei até uma área para a construção de um novo estádio, tenho testemunha de diretores do Coxa. O próprio Vilson (presidente do Coritiba) por várias vezes conversamos e ele sempre viu em mim a boa vontade de ajudar também os demais clubes. Tanto é que a lei que fizemos criando zonas especiais esportivas em torno dos estádios não beneficia apenas o Atlético, mas também o Coxa e o Paraná Clube.