Medidas para sanar o caos nas finanças do Paraná são realmente duras, mas razoáveis e sinalizam um tratamento mais sério das contas públicas do estado
Editorial, Gazeta do Povo
O governo do Paraná apresentou nesta semana um pacote de medidas para tentar colocar as contas do estado em ordem. O plano é composto por 13 pontos divididos em dois projetos de lei para aumentar a receita e diminuir os gastos. Na tentativa de aumentar a receita, o plano prevê a criação de um programa para o parcelamento de dívidas já existentes com ICMS e IPVA e uma campanha para incentivar as pessoas a pedirem nota fiscal, o Nota Fiscal Paranaense, programa similar ao implantado pelo estado de São Paulo.
Também foi anunciado o contingenciamento de 25% do orçamento de 2015, ou seja, dos R$ 44 bilhões da receita do estado, R$ 11 bilhões serão “congelados”, afetando todas as secretarias. Serão mantidos apenas o pagamento da folha salarial, destinações mínimas obrigatórias, o pagamento de precatórios e as transferências legais de recursos para os outros poderes estaduais. O contingenciamento evitará que despesas sejam feitas antes que a arrecadação prevista na lei orçamentária se confirme.
São medidas realmente duras, mas razoáveis e que sinalizam um tratamento mais sério das contas públicas do estado. Algumas propostas, por exemplo, acabam com benefícios pouco justificáveis sob a ótica da meritocracia, como a gratificação por tempo de serviço (quinquênio), que não existe no governo federal desde 1999 e foi extinta de várias carreiras no estado, como Emater e Polícias Civil e Militar. Isso vale apenas para novos servidores, ou seja, quem já recebe não perderá nada.
Será cortado ainda o vale-transporte para servidores da educação que estiverem afastados do trabalho. Hoje mesmo funcionários licenciados continuam a recebê-lo, o que não é razoável, uma vez que legalmente o benefício deve ter caráter indenizatório e não remuneratório. Para aumentar o número de professores nas escolas e diminuir a necessidade de contratação de novos profissionais, 12 mil professores que estavam em funções administrativas ou em licença devem voltar para as salas de aula.
Por outro lado, o pacote traz a previsão de aumento nos recursos destinados à ciência e tecnologia, o que no longo prazo deve impactar positivamente no desenvolvimento do estado. Outra medida é a melhoria do sistema de gerenciamento das universidades estaduais, incluindo as folhas de pagamento das universidades na mesma base de dados dos demais servidores públicos do estado.
O que é lamentável é perceber que a deterioração das contas públicas que levou à suspensão de pagamentos – para pagar os salários de janeiro, por exemplo, o governo precisou de R$ 152 milhões de outros poderes do estado – e abriu caminho para a elaboração do pacote foi muito mais intensa do que o próprio governador se dava conta, algo compreensível em inícios de mandato, mas injustificável após quatro anos à frente do estado. É pena que se tenha demorado tanto tempo para perceber com clareza a necessidade de ações enérgicas e firmes para recuperar o equilíbrio das contas públicas e retomar os investimentos.
O anúncio do pacote de maneira intempestiva, sem que a sociedade tivesse sido preparada para recebê-lo, é outro ponto a lamentar. O governo deveria tornar pública, de forma clara e sem atenuantes, a real situação financeira do Paraná. Uma vez que parece haver comprometimento com a ideia de sanar as contas públicas – o governador Beto Richa já disse estar disposto a pagar o preço do eventual desgaste político por causa do pacote –, que se compartilhe em detalhes a situação do estado e o significado econômico de cada uma das propostas apresentadas. Será um passo importante para conseguir o apoio da população, fundamental para que as medidas sejam implantadas com tranquilidade e possam reverter o caos nas contas públicas.
psdb(osta).. PTralha..Partido da Sacanagem Cristâ (PSC).. Partido da Pouca Seriedade (PPS)
tudo ladrão do mesmo galinheiro.. o galinheiro chamado BR….
aumentam impostam, desestabilizam as finanças, quebram empresas estatais, desistimulam a educação a saúde e a segurança, mas vivem na promiscuidade, gastando nosso dinheiro de forma inequivocamente desprezível..
sou pequeno empresário.. como contratar no PR depois do aumento de impostos em 95000 itens??? esse Moleque do Richa tá querendo me quebrar??? moleque.