Após oito anos como deputado federal, o mdbista se prepara para uma nova fase em sua vida, o que ele se refere como ‘do outro lado do balcão’
Durante os últimos oito anos, o deputado federal do MDB, João Arruda, foi um dos expoentes da representatividade política a nível nacional. Prestes a encerrar o mandato após oito anos, o mdbista fez um balanço sobre sua trajetória em Brasília, bem como críticas e conselhos aos seus sucessores, além de tocar em assuntos como a questão da corrupção no país. As informações são do Jornal Correio do Povo.
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Eleições de 2018
Com relação à corrida eleitoral de 2018, quando perdeu o governo do Estado para Ratinho Junior, o então deputado de 41 anos vê a situação de forma engrandecida e feliz por ter apresentado um projeto, no qual considera ‘pronto para enfrentar
desafios’.
“Na campanha que fiz para o governo do Paraná, tive mais de 700 mil votos. Que honra! A qualidade do projeto que apresentamos, a prontidão para enfrentar os desafios de uma candidatura em cima da hora, tudo isso foi útil para o Paraná. Discutimos as questões do agronegócio, da segurança, impostos, programas sociais, das bandeiras minoritárias… e o resultado das urnas a favor de outro candidato não invalidou o debate sobre o futuro do Paraná!”, argumenta.
Sem criticar o eleitor, Arruda diz que ainda é necessária uma ‘autoavaliação’ na forma de campanha utilizada. Segundo ele, seu grupo poderia ter uma uma comunicação mais efetiva. “Poderíamos ter nos organizado política e logisticamente de outra maneira. Poderíamos ter encarado o pleito mais precocemente. E é preciso entender a mensagem que vem das urnas. Depois do trabalho que realizamos e do resultado, não sinto um milímetro de arrependimento. Vamos manter a cabeça erguida, o olhar no horizonte! O Paraná e o Brasil precisam de bondade e o otimismo”, diz.
Corrupção
Para ele, a questão da corrupção tem sido trabalhada de maneira prioritária. “O Marco Civil da Internet possibilitou que a população passasse a entender e fiscalizar melhor as relações entre os setores público e privado”.
“No passado, em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná, o então juiz Sérgio Moro fez sugestões muito úteis para o que se tornou a Lei Anticorrupção. Ajudei a criar para punir pessoas jurídicas que seduzem o poder público. Os acordos de leniência servem, além do mais, para explicitar a promiscuidade política com as empresas que agem contra a administração pública.
Sobre a corrupção que nos vitimou: quantos homens e mulheres estiveram cauterizados nas próprias consciências e nem mesmo perceberam que o engano e a tragédia pública engoliam suas vidas. No aspecto das contratações, nenhuma outra lei se equipara em importância além da Lei de Responsabilidade Fiscal. As novas licitações são um avanço memorável para a gestão pública. Elas são um marco para a transparência na relação entre os governos e os tribunais de contas. Além do mais, são uma permissão para que os governantes possam melhorar com rapidez e inteligência a vida das pessoas”, destaca.
Novo tempo
Sobre os novos deputados, João Arruda fez críticas ao modelo pelo qual os novos eleitos traçaram sua vitória nas urnas. “A Câmara dos Deputados viverá sob um paradoxo. Muitos deputados foram eleitos levantando bandeiras contra os políticos. Na ideia de muitos deles, a vida pública está obrigatoriamente ligada ao que nomeiam “corrupção”. Achincalharam sólidas carreiras públicas na ideia de que é preciso “mudar tudo”. E, então, voltamos ao paradoxo: os que são “contra os políticos” agora são eles mesmos os políticos. Solucionar essa visão rasa de mundo e de república vai engrandecer o país. Isso porque,
independentemente de como estivermos daqui quatro anos, teremos aprendido novas lições e, inteligentes que somos, teremos novos caminhos e novas melhoras”, diz.
Apesar das críticas, João também fez um discurso esperançoso. “Espero é que, nos próximos anos, muitos outros brasileiros sejam honrados com a grandeza que merecem e possam voltar a crer na democracia como uma forma de governar as pequenas, as grandes coisas. Que o governar comece nas casas, nas comunidades, e que o governar chegue a este plenário mais aprimorado e rico. Ser político é, sim, uma escolha profissional. E como tal, exige qualificação e postura”, enaltece Arruda.
“Daqui pra frente, a Câmara tem projetos especiais a aprovar. Dentre os principais projetos, está corrigir a falsa crença de que a política não passa de água suja. E isso não se aprova com voto no plenário e sanção. Desejo boa sorte aos deputados e deputadas que se elegeram ou que se reelegeram para os próximos quatro anos”, enfatiza João.
Aprendizado como legado
Arruda diz que termina o mandato repleto de lições aprendidas com o que chama de ‘grandes pessoas’. “Desde aqueles que nos oferecem uma água, aos que assinam grandes acordos internacionais. Lições aprendidas com os que aparecem menos e com os que aparecem mais. No meu governo, no governo de minha própria vida, todos estavam juntos e trabalhando incansavelmente”.
A nova fase
“Estarei do outro lado do balcão, agora. Pelo que entendo de cidadania e vida pública, seguirei sugerindo, debatendo, cobrando. O que eu aprendi na Casa nos últimos oito anos me serve para toda a vida”, conclui.
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http://www.jcorreiodopovo.com.br/noticia/o-novo-ciclo-na-vida-de-joao-arruda
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