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O mundo virtual está nas ruas

gilmar piolla

de Gilmar Piolla, no Facebook

Livre pensar é só pensar, dizia Millôr Fernandes. Isso vale para a comunicação na era das redes sociais. Livre comunicar é só comunicar. Porque a comunicação do futuro será totalmente livre e interativa.

A mídia tradicional está perplexa com os últimos acontecimentos, assim como os partidos políticos e os movimentos sociais.

E todos acabam a reboque deles.

Foi assim no mundo árabe. Foi assim na Itália, na Grécia, na Turquia. E está sendo assim no Brasil.

A comunicação pelas redes sociais mostra uma força inesperada e, numa aparente anarquia, dita os rumos de tempos em que já não será mais possível manipular a informação.

Os cidadãos Kanes do mundo atual que se acautelem. Já não é só deles a palavra final.

Pela internet, a informação chega onde e na hora em que a gente a busca. Já não se é refém do noticiário das oito, das nove, das dez.

Já não é preciso esperar 24 horas para ler no jornal o que aconteceu na porta de casa.

Os celulares, tablets e smartphones representam a câmera na mão e uma ideia na cabeça, apregoada por Glauber Rocha.

A vanguarda dos anos 60 e 70, que enfrentou a repressão com inteligência e ousadia, mas com os parcos recursos de então, jamais imaginaria o poder que hoje está nas mãos da massa.

Ainda não é possível medir os benefícios de tanta informação ao alcance de todos, mas o que fica claro é que o conceito de comunicação mudou.

Aos profissionais, cabe buscar seu espaço neste novo tempo.

Quem trabalha na comunicação social de grandes empresas e órgãos públicos tem hoje um desafio cada vez maior.

Comunicar tornou-se uma tarefa confusa, difusa e profusa.

É preciso contemplar os meios tradicionais de informação, porque não se pode prescindir deles para atingir o grande público.

Mas uma estratégia de comunicação deve levar em conta variáveis que, poucos anos atrás, seriam impensáveis.

Para ter acesso aos jovens, principalmente, e ao público mais escolarizado, é preciso falar a linguagem das redes sociais, acompanhar o mundo que da internet ganha as ruas, dita comportamentos, quebra regras e anula restrições.

O mundo virtual está nas ruas. E está incorporado agora ao mundo real. Já não existem mais diferenças entre ambos.

Quem não compreender essa metamorfose e essa mudança de paradigmas, pode ficar sem ter com quem falar.

Ou falar no vazio.