O marasmo político de Foz
Pedro Lichtnow
A campanha política em Foz do Iguaçu é monotonia pura. Talvez seja resposta à restrição eleitoral, falta de verba ou mesmo desinteresse propriamente dito. O fato é que o tédio toma conta das ruas, dos candidatos e dos eleitores.
Nada de novo foi apresentado até o momento. São as mesmas figurinhas, com os mesmos discursos, retóricas inflamadas, o mesmo visual e a mesma cara-de-pau tentando transparecer seriedade.
O horário gratuito é uma piada. Um candidato se escora no presidente. Outro detona a figura do atual mandatário, esquecendo a herança maldita que deixou ao mesmo. O atual Chefe do Executivo só fala em um projeto, importante, digamos de passagem, mas único. Ou, então, reduz o discurso a leitinhos e pãezinhos.
O terceiro na escala se enrosca ao falar ironizando os demais. Nenhuma proposta sequer mostra ao público. Não dá para esquecer do candidato da família, da pureza e da honestidade. Esse, se permitir, apresenta até os antepassados aos eleitores. Seu discurso se baseia numa tal de lei do Pólo, que já funciona lá pelas bandas de Pato Branco. É uma pena que o sujeito não se candidate por lá, ‘Daí’.
O último, um jovem rapaz de timbre infantil, questiona a todos, sem qualquer repertório ou histórico nas costas. Como diria nosso amigo do “TT”, é tudo farinha do mesmo saco. Nada de propostas, nada de debates. Apenas ofensas, acusações e autodefesas.
Nesse trecho, a cidade vive talvez a sua maior monotonia política de todos os tempos. Sem muros pintados, com poucos carros de propaganda dos políticos e com uma ninharia de cabos eleitorais raquíticos, sedentos para entregar santinhos de porta em porta, em troca de unas moneditas.
O povo vive um verdadeiro marasmo. Acho que tem gente sentindo falta dos showmícios!
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